Doutor Google

Doutor Google

Se eu tivesse um milhão de reais, apostaria que você já digitou algum sintoma no Google quando começou a sentir algo estranho no corpo. Qualquer sinal diferente – dor de garganta, dor de estômago, dor de cabeça e por aí vai – já é o suficiente para uma pesquisinha rápida e os efeitos colaterais do resultado podem ser mais agressivos do que a própria patologia. 

Preciso que você confesse que já fez isso ao menos uma vez, do contrário ficarei realmente desconfortável em prosseguir. Talvez você reaja como a minha colega Paula, aqui da Revide, que riu compulsivamente quando eu contei que desconfiei de meningite ao pesquisar sobre minha dor no pescoço, na semana passada. Nunca se sabe, né?

Bem, essa mania existe e tem nome: cibercondria. O neologismo, segundo as definições, faz referência à compulsão pela procura de sintomas na internet que motivam autodiagnósticos pessimistas que aumentam a ansiedade. 

No início, a facilidade parece útil, afinal é bem mais prático descobrir pelo celular se é preciso tomar um anti-inflamatório ou um antialérgico, em vez de enfrentar a triagem e a sala de espera de um hospital. 

Especialistas alertam, no entanto, que a prática virtual deve ser evitada – ainda que o Google tenha fechado uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein no início deste ano, por meio da qual são apresentados resultados auditados por médicos nas buscas.

De novo, voltamos aos dois lados da internet: o bom e o mau. É preciso, como sempre e para tudo, ser comedido. Talvez a dica principal seja evitar prosperar a procura por informações no mundo virtual quando algum sintoma der o ar da graça. Há casos em que o nervosismo em razão de um resultado desagradável intensifica as dores ou o mal-estar. 

Por isso, melhor do que se perder entre links e resultados diferentes é estar atento aos sinais do corpo. No caso de os sintomas persistirem, é bem mais garantido procurar um médico. 

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