O aqui e o agora

Marina Aranha

27 Jul 2017 10:16

O imediatismo da cobertura jornalística digital gera controvérsias. De um lado, a rapidez com que a informação chega aos leitores e internautas é louvável: são poucos minutos que distanciam o fato do relato noticioso. Na outra faceta, a precariedade de detalhes que pode rondar os textos escritos às pressas, apenas para ser publicado antes da concorrência e render o famoso furo jornalístico. 

Experimentamos com frequência essa dubiedade no Portal Revide. Por muitas vezes, a necessidade de se divulgar as notícias em alta velocidade se sobrepõe a uma apuração minuciosa, a um conteúdo amplo. Costumo dizer que trabalhamos sobre um tripé: tempo, qualidade e quantidade. Invariavelmente, um desses itens se destaca. 

É preciso, portanto, traçar estratégias para organizar as coberturas. Não basta ser rápido, não basta ter qualidade. Não basta escrever muito. Costurar bem essas habilidades requer talento do repórter, concentração, disposição e um ingrediente fundamental: trabalho em equipe. 

Nos últimos dias, esse equilíbrio de forças tem sido dedicado à cobertura das audiências da Operação Sevandija. O repórter do portal Leonardo Santos tem marcado presença no Fórum de Ribeirão Preto, acompanhando todos os depoimentos direto da sala do júri. Os jornalistas que lá estão, no entanto, não foram autorizados a portar equipamentos eletrônicos. A solução, assim, tem sido aproveitar cada intervalo dos depoimentos para transmitir o máximo de informações pelo telefone para a redação e então publicar as reportagens.

Diante das proporções das investigações e por ser considerado o maior escândalo de corrupção da história de Ribeirão Preto, cabe a nós, jornalistas, equilibrar tempo, qualidade e quantidade e tratar cada detalhe de forma responsável. Ainda que estejamos longe da perfeição, nosso objetivo tem sido, sempre, estar melhor a cada dia.