Presença de Anitta

Presença de Anitta

Não se faz mais música como antigamente. Ainda não completei 30 anos, mas isso já é algo que posso dizer. Só que não pelo motivo que você está pensando.

Tenho uma vitrola em casa e adoro o ritual dos discos. Tirar da caixa, direcionar a agulha e ouvir o som com certo chiado, na expectativa de que as faixas sejam reproduzidas normalmente, sem danos por qualquer risco. Tudo isso me faz considerar ainda mais prazeroso o ato de escutar música. Mas é fato que esse modelo serve para tempos de relaxamento ou ócio. No atribulado dia a dia, a história é outra.

Para correr ou andar de bicicleta, por exemplo, meu celular está sempre com o Spotify conectado e a playlist concentra músicas mais atuais. Sim, algumas da Anitta. Quando me perguntam por que passei a gostar dela, tenho algumas justificativas que não estão diretamente ligadas à qualidade musical, mas à percepção do mercado e do aproveitamento das ferramentas atuais.

Invariavelmente, um profissional que chega hoje ao mercado de trabalho precisa lidar com novas tecnologias que são atualizadas quase diariamente. Ele até pode reclamar, se não gostar das inovações, mas é impossível evitá-las.

Separar o joio do trigo na tecnologia é buscar utilizar o que ela oferece de bom, deixando de lado o que incomoda. É aproveitar as facilidades e benesses para desfrutar desse mundo novo. Nesse sentido, vai a minha defesa à Anitta. Intensamente presente no mundo virtual, ela se aproveita das plataformas e redes sociais para ganhar projeção e ampliar o alcance. Estratégias que trouxeram resultados positivos em um mundo onde cada clique representa lucro e é disputado a tapas.

Saber aproveitar o que a humanidade tem desenvolvido é, em muitos casos, sinônimo de realização profissional. Utilizar as ferramentas disponíveis com certa sobriedade pode ser um tiro certeiro. É assim que Anitta acumula milhões de visualizações em seus clipes e outros milhões nas reproduções de cada canção. Se a música é boa, já é outro texto. 

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