
Quem dá mais?
Altos impostos não são novidade para os brasileiros. Preços abusivos, taxas e contribuições viraram rotina. Mas a cada lançamento tecnológico, especialmente vindos da Apple, a discrepância de valores entre custo, benefício e realidade econômica se torna ainda mais intensa.
A empresa norte-americana lançou, recentemente, o iPhone X, o smartphone, até agora, mais completo e cheio de recursos. Um deles é a identificação facial do usuário.
Pois bem, nos Estados Unidos, o valor do modelo de 64GB é de U$ 999 – o equivalente a, aproximadamente, R$ 3,2 mil. Eis que na última semana foram divulgados os preços dos aparelhos no Brasil. O valor, de tão surreal se contextualizado, gerou inúmeras piadas. É mais barato, por exemplo, comprar passagens de ida e volta a Nova Iorque. Pode pesquisar.
No Brasil, a mesma versão do iPhone X custará U$ 1,9 mil, ou R$ 6,3 mil em nossa moeda. Pagaremos duas vezes mais do que pagam os norte-americanos. Pior: entramos no topo da lista, até então ocupado pela Hungria, como campeões no preço do aparelho. Para se ter uma ideia, o país europeu, até então líder, cobra pelo equipamento o equivalente a U$ 1,4 mil. Ganhamos com pompa e circunstância.
Recursos inovadores, beleza, status e até praticidade podem estar na lista das razões que nos levam a sonhar com um iPhone X. Claro que os adeptos ao Android pouco se afetarão com todas essas novidades. Mas a verdade é que o investimento é alto, especialmente se relacionarmos os valores à atual crise econômica.
Vale pelo gosto, pelo prazer e por qualquer motivo que caiba ao usuário. Como tudo na vida, é preciso colocar na balança o que compensa ou não. Como não poderia deixar de ser, lembro que para acessar o Portal Revide ou receber nossas notícias diariamente pelo WhatsApp, não é preciso um smartphone tão invocado. Vejo você lá!
Foto: Sarah Tew/CNET