Sem parar

Sem parar

Desta vez, são a gasolina, o diesel e o etanol. Há cinco anos, foi o preço da passagem do ônibus – e, no fim, revelou-se um movimento que “não era pelos 20 centavos”. 

O que começou, em 21 de maio, como uma reivindicação pela queda de tributos e preços se transformou em um desordenado palco para aqueles que fazem jus à cultura que propagamos: bom mesmo é aquele que sabe levar vantagem.

Houve quem subisse o preço dos combustíveis sem motivo aparente (o Procon de Ribeirão Preto recebeu 60 denúncias no período de paralisação), houve quem adulterasse o produto, houve quem saísse desesperadamente em busca de etanol ou gasolina para garantir o tanque cheio – ainda que nem fosse usar.

No “cada um por si e Deus por todos”, bagunçamos o que não precisava ser bagunçado em meio a tantas – de novo! – fake news. Diante de tanta informação que chega sorrateira e rapidamente pelas redes sociais, fica difícil saber o que é ou não verdade.

No jornalismo, fica difícil lutar contra as atrativas mentiras que ganham espaço e publicar informações interessantes e inéditas com tanta gente falando e escrevendo tanta coisa o tempo todo.

Cabe, aqui, então, uma menção de honra à equipe do Portal Revide. Eu posso apostar que se vocês vissem essa turma na rua, acharia, pela aparência jovial, que não passam de adolescentes. Recém-formados, ou estudantes de jornalismo, já são profissionais experientes nessa guerra por uma informação de qualidade e uma comunicação limpa.

Mais de uma semana de cobertura, mais de 70 horas de trabalho, mais de 50 reportagens publicadas sobre o tema, recordes de acesso na plataforma – e média de idade de redação de 23 anos. 

O bom de trabalhar com gente nova é que se, depois de tudo isso, você ainda perguntar para cada um deles se estão cansados, tenho certeza de que, mesmo que a resposta seja sim, no dia seguinte todos estarão prontos para mais uma labuta intensa. Pelo menos até a próxima greve. 

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