Teto de vidro

Teto de vidro

O ditado é antigo, mas o problema segue atual (e, talvez, até mais intenso): quem fala o que quer, ouve o que não quer. Afinal de contas, por que deveríamos acreditar que todo mundo está disposto a receber nossas opiniões, ofensas e reclamações sem dizer algo em troca? 

Com a internet e, mais especificamente, as redes sociais, a intensa expressividade humana atingiu níveis nunca antes vistos. Tornou-se fácil escrever o que queremos o tempo todo e é estranho como tendemos a não compreender o tamanho do problema no mundo digital. Por trás da tela do computador, as agressões verbais parecem inofensivas, ao contrário de uma discussão pessoal. Mas só parecem.

Na Revide, utilizamos as redes sociais para compartilhar o conteúdo produzido semanalmente pela revista e diariamente pelo portal. A cada publicação, estamos sujeitos às impressões dos leitores e internautas, que podem ser boas ou ruins, suaves ou intensas. A verdade é que nunca sabemos muito bem o que esperar a partir de cada publicação. É sempre uma surpresa.

Sendo jornalistas de um veículo de comunicação expressivo como a Revide, já fomos considerados incompetentes, antiéticos, equivocados e imparciais. Tudo isso por comentários on-line. Posso arriscar a dizer que já estamos até acostumados com as críticas não fundamentadas e os ataques gratuitos. Uma vez, inclusive, tivemos de responder a uma postagem jocosa de uma jornalista, colega de profissão, por causa de um deslize gramatical em uma das edições. É assim: a falta de empatia pode vir de onde menos se espera. Mas a vida segue – e seguimos nós. 

Sempre respondemos as dúvidas, as críticas (muitas delas importantes e construtivas, as quais sempre agradecemos) ou até os comentários ofensivos e irônicos que nos são direcionados na internet. Fazemos isso por acreditarmos na boa e honesta comunicação, feita com dedicação, mas, ainda assim, imperfeita. A nossa comunicação é elaborada e construída por pessoas que, como humanas que são, podem errar. E quem de nós não pode? 

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