O aumento de casos de depressão e burnout no trabalho é um grande alerta

O aumento de casos de depressão e burnout no trabalho é um grande alerta

Quanto sofrimento milhares de pessoas carregam dentro de si para seus trabalhos e quantos preços são pagos por não olharem para esses alertas internos – verdadeiros desperta-dores de desarmonia do mundo interno.

Estamos vivendo um furação de demandas, pressões e conflitos no mundo corporativo. Essa realidade leva a dois caminhos: ou a pessoa se deixa levar e sofre ou a pessoa se fortalece e se centra – evitando não só sofrimentos-despertadores quanto conseguindo ser feliz e realizada no trabalho.

É possível? Para alguns sim, mas para aqueles que estão doentes e precisando de ajuda para sair desse furacão é praticamente impossível.

O estresse e o excesso de trabalho podem levar a um quadro depressivo e até um burnout (situação de completo esgotamento físico, mental e emocional), mas quem desencadeia a doença é a própria pessoa, de dentro para fora e não de fora para dentro como muitos pensam.

O ambiente de trabalho, situações estressantes e conflitos recorrentes influenciam na piora do quadro e no agravamento da doença, mas não é o que aciona ou o principal responsável para a pessoa chegar ou passar do limite, no caso de um burnout.

 

As estatísticas alertam para uma epidemia

A estatística é assustadora. A depressão está hoje entre as principais causas do afastamento do trabalho. No ano passado, aproximadamente 75 mil brasileiros deixaram de trabalhar por causa da doença.

Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que até 2020 a depressão passará da 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. Estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a doença no mundo, sendo 17 milhões só no Brasil.

Em 2013, um levantamento feito pelo Ministério da Previdência Social apontou que mais de 61 mil pessoas receberam auxílio-doença por causa da depressão, número 5,5% superior ao de 2012. São Paulo é o recordista, com 18.888 benefícios concedidos. Minas Gerais (8.628) e Rio Grande do Sul (7.835) completam a lista. De acordo com o Senado Federal, a depressão só fica em segundo lugar no ranking das incapacidades para o trabalho para as lesões por esforço repetitivo (LER).

Isso é muito sério. Não só números alarmantes como de alto impacto para a nossa sociedade. Não enxergar que ela também está doente é uma dinâmica de avestruz muito comum em defesas inconscientes.

 

Como líderes e gestores estão lidando com este problema?

No fundo, muitas pessoas não querem enxergar a causa-problema e, inconscientemente, criam vários outros problemas secundários para encobrir o que teme encontrar.

As empresas também fazem um pouco disso quando o assunto é depressão e burnout. Muitas não reconhecem a gravidade, outras suavizam enxergando o que muitos insistem em ver como uma tristeza passageira, no caso da depressão ou um perfeccionismo no caso do burnout.

O fato é que pessoas-profissionais sofrem em silêncio, muitos escondem a doença (até de si mesmo) e alguns acabavam demitidos ou pagando o preço com a própria saúde, no caso de colapso nervoso provocado por um burnout.

É preciso ajudar e acabar com o tabu ou com a ignorância das pessoas, principalmente das que exercem cargos de liderança (começando de cima para baixo). A área de gestão de pessoas também tem contribuído para mudar esse cenário, aos poucos, mas existe muito o que fazer.

As empresas passaram a entender melhor o valor das pessoas e da importância de um ambiente de trabalho saudável. Algumas investem mais em programas de qualidade de vida, incentivam a realização de atividades físicas e possuem ferramentas para denunciar os abusos ou os comportamentos fora da cultura de princípios, como a empresa Magazine Luiza.

Mas nada disso afasta a necessidade de acompanhamento profissional. Por isso é tão importante as empresas investirem em profissionais psicólogos ou disponibilizar profissionais especializados a seus funcionários.

É preciso se colocar no lugar de quem sofre com depressão e burnout e encarar o fato de que são doenças de grande valor despertador e que quem as tem precisa de muito respeito e muitos cuidados.

Leia mais sobre depressão AQUI. Leia mais sobre Síndrome de Burnout AQUI.

Compartilhar: