O que é mais importante na sua vida?

O que é mais importante na sua vida?

Você sabe quais são os seus principais drives?

 

Segurança, diversidade, reconhecimento, pertencimento, aprendizagem, contribuição. Quais destes valores são mais importantes para você?

Você pode até dizer que são todos, mas sempre temos aqueles que fazem mais sentido e funcionam como direcionadores na nossa vida. Em outras palavras, cada um tem um drive principal ou uma programação interna voltada mais para um destes e outros valores.

Reconhecer em si qual destes está mais presente é um movimento importante de autoconhecimento que o ajuda a se relacionar melhor na vida.

Por exemplo, existem pessoas com diferentes biotipos. Jung, um famoso psicólogo, classificou um deles como introvertido e extrovertido. Cada um é um e tem os seus dois lados, o das oportunidades e o das armadilhas (dependendo de cada caso).         

O introvertido se relaciona melhor com o seu mundo interno, dá valor a segurança e a tranquilidade, prefere observar e ficar mais quieto e se recarrega melhor sozinho. É oportunidade para se ter uma visão mais ampliada e tomar decisões mais acertadas. Por outro lado, é armadilha, quando não se permite conectar com as pessoas ou se mostrar para elas de forma mais aberta e autêntica. A pessoa extrovertida, por outro lado, se relaciona melhor com o mundo externo, dá mais valor a variedade e ao senso de pertencimento, prefere se relacionar com os outros e se recarrega melhor através de suas conexōes. A falta de solitude, neste caso, pode ser uma armadilha que a impede de se perceber melhor e se desenvolver.

Não existe certo ou errado, mas o saudável é o caminho do meio. Nem no extremo da introversão, que leva ao isolamento e nem no extremo da extroversão que leva à super exposição e desequilibra as relações.

Um outro biotipo está ligado a parte direita e esquerda do cérebro. Enquanto a parte direita tem a ver com as emoções, imagens e criatividade, a esquerda diz respeito ao lado racional, letras e números. Desta forma, uma mesma cena ou questão é vista por um prisma: mais emocional ou racional.

De forma semelhante, Jung também identificou os drives de sensação e de intuição. Enquanto uns precisam sentir na pele, ver, ouvir ou experimentar para crer ou decidir algo, outros apenas intuem alinhados com um sexto sentido além das sensações.

Os drives, por sua vez, são padrões de funcionamento e podem ser vistos como arquétipos interpretados pelo coletivo de forma semelhante. Por exemplo, o feminino e o masculino. Jung esclareceu que todos nós somos unidade e temos suas complementariedades. Assim como o ying e yang da cultura oriental. Jung chamou de anima para o feminino existente no homem e animus para o masculino existente na mulher. Espera-se que o masculino tenha mais agressividade e competitividade e o feminino mais afeto e coletividade.

Novamente, o saudável é o equilíbrio e a parceria dos dois drives. Quando uma pessoa tem um feminino ferido pelo seu sistema familiar, a mente interpreta o masculino como agressor e ameaçador. O paradoxo é que a mulher que foi desrespeitada, desvalorizada ou agredida pelo masculino muitas vezes permite ser invadida pelo mesmo e pode se tornar agressora. Para assim, inconscientemente não se tornar vítima novamente.

A saída é a cura do masculino e a valorização do feminino. Quando se olha de forma sistêmica, é possível reconhecer que os dois são aspectos importantes para a vida e precisam ser olhados com respeito.

Outro ponto importante é que feminino e masculino não necessariamente é uma questão de gênero. Um homem pode ter um drive dominante feminino e vice versa.

Empresas conscientes da importância da área de gestão de pessoas investem em assessment ou avaliações de perfil. Este investimento traz informações sobre as pessoas e permitem direcioná-las a cargos mais assertivos com o melhor de cada um. Além disso, as vantagens da pessoa conhecer-se e ser conhecido por suas lideranças permitem um trabalho mais produtivo, engajado, melhores relacionamentos e maior clareza para o plano de carreira.

Um dos instrumentos mais utilizados é o DISC que mostra drives como Dominância, Relacionamento, Segurança e Conformidade. Dominância (D)em alta revela objetividade, competição, esforço, iniciativa, mas quando em baixa pode mostrar timidez, reserva, “freio de mão puxado”.  Relacionamento (I) alto indica influência, amizade, comunicação positiva e em baixa pode mostrar introversão, reflexão, desconfiança, seriedade, investigação. Segurança (S) em alta revela confiabilidade, amabilidade, gentileza, escuta ativa, previsibilidade e quando em baixa pode indicar atenção, ímpeto, impulsividade, inquietação. Controle (C) em alta pode mostrar disciplina, cuidado, sistematização, precisão, perfeccionista, lógica e em baixa pode mostrar firmeza, desafio, obstinação, força de vontade, independência, teimosia. Enfim, são muitas possibilidades, nada de receita, mas uma amostra de autoconhecimento que te ajuda ampliar a autopercepção e a autoconsciência.

O importante é lembrar que estamos em processo, num fluir que depende de cada um, ou melhor, do mundo interno de cada um. E colocar luz neste “lugar” é o primeiro passo. E você, sabe quais são os seus principais drives?

 

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