A cidade em revista

A cidade em revista

Em 36 anos, o mundo mudou bastante. Nos tempos atuais, 10 anos de transformações equivalem a um século. Todo dia tem uma novidade, uma ferramenta nova, principalmente na área da comunicação. Estão aí as redes sociais que interferem na política, na economia e no cotidiano das pessoas. Desde o dia 14 de julho de 1986, data do lançamento da revista que coincide com a queda da bastilha da revolução francesa, a Revide acompanha as transformações desta região privilegiada em muitos aspectos, seja pela localização estratégica, pelo solo fértil e pela água pura e cristalina que brota do Aquífero Guarani. Na época do lançamento, Ribeirão Preto tinha em torno de 400 mil habitantes, hoje tem quase o dobro. O prefeito era do PMDB, João Gilberto Sampaio. Depois dele, mais seis políticos se revezaram em mandatos no Palácio Rio Branco. O ex-presidente José Sarney lançava o Plano Cruzado, o primeiro de uma longa série de pacotes econômicos que atormentaria a vida dos brasileiros até a chegada do Plano Real.


Na primeira matéria de capa, a Revide reclamou da destruição de um casarão antigo. Brotava naquela época a consciência de que o patrimônio histórico deveria ser preservado. Ao contrário do que muitos leitores imaginam, nunca falta assunto para um veículo de comunicação. Por essas bandas, a pauta sempre foi muito diversificada. A Revide publicou matérias sobre a poluição dos rios, a explosão da violência, o aumento do tráfico de drogas, o preconceito contra as pessoas que contraíram Aids, a redução das áreas verdes, o aumento da longevidade, a expansão imobiliária e entrevistas com empresários, artistas, políticos, esportistas e personalidades. Perdemos a conta de quantas pessoas entrevistamos das mais diferentes opiniões políticas, posição social, raça e credos religiosos. A pluralidade e a diversidade, a busca constante pela precisão e a isenção não são de agora, mas nos acompanham desde a primeira revista. 


Com esta publicação, a Revide chega à edição de número 1.125 com média de 64 páginas por revista. Contando com os projetos especiais segmentados sobre arquitetura, saúde e decoração, a Revide já produziu cerca de 100 mil páginas de conteúdo com texto e foto. Nesse longo período, a publicação se consolidou como um dos únicos veículos do interior do país com conteúdo diversificado e distribuição gratuita. Sem falsa modéstia, dá para afirmar que literalmente passamos a cidade em revista. Como em qualquer atividade econômica, a longevidade diante de tantas adversidades se ancora na capacidade de se reinventar. Nas páginas da revista, a diversidade se materializa nas editorias que refletem a mudança de comportamento, da gastronomia à qualidade de vida, sem abrir mão das pautas tradicionais: economia, política e os problemas da cidade.


Desde 2010, a Revide também trilha o caminho digital com a manutenção de um  portal de notícias e a presença nas principais redes sociais. Mudam as plataformas, mas a essência não se altera. Seja no mundo on-line ou off-line, o desafio sempre será alcançar a relevância com um conteúdo bem apurado que possa conquistar a credibilidade do leitor ou do internauta. De forma resumida, eis a missão do jornalismo. Nenhuma mídia é melhor do que a outra, todas possuem características diferentes que se completam dentro do universo da comunicação. A TV tem a abrangência, a internet o longo alcance e o rádio é um bom companheiro até mesmo para as horas de solidão. O cinema permite viajar para mundos distantes sem sair do lugar. Com a devida data vênia das demais mídias, o jornalismo nasceu no impresso que se consolidou no mundo, desde a prensa de Gutenberg, como fonte do conhecimento, de análises profundas que estimulam a reflexão e o desenvolvimento do senso crítico. Por mais que se façam previsões sombrias sobre sua sobrevivência, o impresso se apresenta como uma mídia consistente que ainda tem um papel a cumprir no mundo contemporâneo. Há 36 anos, a Revide anda por essa estrada deixando no rastro de suas páginas um olhar crítico sobre a história da região de Ribeirão Preto. 

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