A saúde mental

A saúde mental

Se houve algo que foi colocado à prova durante a pandemia foi a saúde mental. O longo período de isolamento, o medo e a ansiedade em relação à situação financeira e a perda de pessoas próximas impulsionaram o aparecimento de quadros de depressão. Segundo estudos científicos mundiais, a manifestação de transtornos mentais na população gira em torno de 8% a 12%, entre doenças moderadas a graves. Nos últimos anos, o número de casos aumentou em Ribeirão Preto, seguindo uma tendência nacional e mundial.  

 

Por isso, a recente inauguração do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) veio em boa hora para suprir uma lacuna que existia há muito tempo nessa área especializada. Famílias com doentes mentais graves perambulavam pela cidade e pela região em busca de atendimento especializado. O serviço público pouco podia oferecer frente à demanda elevada, com dificuldades para prestar um atendimento individualizado que cada caso necessita. Sobrava o atendimento particular com custos muito acima do que as famílias de baixa renda e de classe média podiam pagar. O CAPS inaugurado pela Prefeitura, onde funcionou durante muitos anos o Pronto Socorro Municipal, na avenida Jerônimo Gonçalves, 466, no centro da cidade, funciona 24 horas por dia. Disponibiliza para pacientes psiquiátricos, em situação de urgência, 20 leitos de observação, entre sete e dez dias, além de atendimento ambulatorial e pós-alta com retorno do paciente agendado. Dos 20 leitos, três são isolados e destinados, exclusivamente, para crianças, adolescentes e os acompanhantes. Os leitos serão ocupados por regulação através das Unidades de Pronto Atendimento, que continuarão a ser a porta de entrada das urgências. A importância do Centro de Atenção Psicossocial está na estrutura capaz de prestar um atendimento imediato que o quadro das doenças mentais exige. Se não forem atendidos com urgência, muitos desses doentes ficam expostos a altos riscos.

 

Para criar essa estrutura capaz de atender emergências psiquiátricas durante 24 horas, a Prefeitura investiu R$ 700 mil. Fazem parte do corpo clínico médicos psiquiatras, médicos clínicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Havia uma urgência para a criação de um espaço especializado para esse atendimento, pois outras unidades de saúde de ribeirão-preto não tinham estrutura e pessoal especializado para atender esses pacientes. Ribeirão Preto possui, atualmente, sete serviços especializados de saúde mental — seis Centros de Atenção Psicossocial e um Ambulatório Especializado de Saúde Mental — com capacidade para atender em torno de 14 mil pacientes por ano. Com o novo serviço, espera-se a qualificação e maior resolutividade no atendimento às urgências psiquiátricas no município, impactando na redução do número de internações psiquiátricas e na diminuição no número de óbitos por suicídio.

 

Foto: Guilherme Sircili

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