Ao leitor da Revide

Ao leitor da Revide

São múltiplas as funções de uma revista. A mais trivial a define com um veículo de comunicação com o propósito de informar o público ao qual se destina. A informação só tem sentido se servir para consumo. Se não tiver relevância vai ser descartada e jogada fora. Para cumprir a missão de informar, a publicação se divide em diversas editorias para ir ao encontro das mais variadas expectativas do público leitor: da informação essencialmente jornalística, passando pela educação até o entretenimento. Muita gente observa e até critica que “as mídias” influenciam a opinião da sociedade com as reportagens que publicam. É verdade, mas o sentido inverso também é real. Nenhum veículo sobrevive se estiver desconectado do universo em que está inserido. Os valores e os conceitos mudam constantemente e no período mais recente em ritmo acelerado. Assim, com a passagem do tempo, um veículo que se proponha a ser moderno e contemporâneo precisa abrir espaço às mudanças de hábitos, de costumes e de valores que fazem parte da evolução social. 


Em alguns momentos, os veículos de comunicação precisam não só acompanhar e tentar traduzir a extensa lista de fenômenos sociais como até mesmo andar um pouco à frente, para antecipar tendências e contribuir para ruptura de ideias ultrapassadas. O preconceito contra a Aids, por exemplo, não teria diminuído se não fossem as milhares de reportagens que contribuíram para derrubar os mitos existentes em torno da doença. Talvez a palavra diversidade seja a que melhor traduza o mundo atual, tendo a complexidade como complemento direto. Para estabelecer uma subjetiva relação com o público leitor, a mídia revista traz reportagens aprofundadas e exige uma leitura concentrada, reflexiva, sintonizada com os acontecimentos mais importantes de uma época.


Fundada em 14 de julho de 1986, portanto, há 37 anos ininterruptos, com periodicidade mensal, quinzenal e semanal, a Revide se esforça para cumprir essa tarefa incessante. Uma revista começa quando a outra termina. Para trilhar esse caminho, a equipe de profissionais — jornalistas, fotógrafos, web designers—, que fazem ou já fizeram parte da redação, traduzem em reportagens os fatos e as tendências do cotidiano. Para usar uma palavra da moda, realizam uma curadoria para escolher assuntos que viram reportagens num universo em que a informação transborda e até provoca overdose.    


Se essa já era uma tarefa difícil, ela ficou ainda mais complexa com o advento do mundo digital. Surgiu uma infinidade de novas mídias, todas com o mesmo propósito: entrar numa disputa feroz pelo sagrado tempo do leitor. Quem habita o mesmo espaço, logo se torna concorrente e em seguida vem a corrida pelo protagonismo, nas raias dos universos on e off line. Para compreender melhor o que ocorre hoje, sempre vale recorrer ao que aconteceu na história. As invenções da humanidade, na maioria das vezes, não são excludentes e em muitos casos se tornam complementares.  Rádio, televisão, cinema foram encontrando seus espaços ao longo do tempo. O mesmo ocorre com o surgimento do mundo digital. As novas mídias não anulam as mais antigas, mas vão se complementando e até se fundindo. Uma realça o apelo das imagens, a segunda chega de forma instantânea e outra possui o longo alcance como caraterística principal.  


Mas tem algo que não mudou nesse desafiador mundo da comunicação. A informação mais profunda, analítica, capaz de provocar reflexão, dirigida ao público formador de opinião, ainda tem o seu valor para quem quer compreender melhor o mundo que nos cerca. É justamente nesta trincheira ou nicho de mercado que a Revide resiste e atua há quase quatro décadas. Cada uma das suas 1180  edições, com um total de aproximadamente 80 mil páginas de conteúdo, tiveram e tem o mesmo propósito; buscam uma interação muito particular com cada um dos leitores da região de Ribeirão Preto. Desde a pandemia, as edições digitais ampliaram esse universo para além das fronteiras regionais. Confiança, empatia, credibilidade não são obras do acaso, mas sentimentos que se consolidam com a passagem do tempo. A palavra escrita continua sendo o melhor meio para transmitir informações complexas, um fio invisível que liga a Revide ao seu fiel público leitor desde a fundação. 

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