Deu a louca no mundo

Deu a louca no mundo

Quem olha as últimas notícias fica com a sensação de que o Brasil e o mundo estão virados de cabeça para baixo. Nos aeroportos de quase todos os países, justificadamente, funcionários trabalham mascarados para evitar a contaminação do COVID 19. Mesmo que as autoridades da saúde tenham reiterado que não há motivo para pânico, nas ruas a população usa máscaras de proteção, mesmo que os infectologistas esclareçam que por ora, esse tipo de precaução é inócua. Acabaram os estoques de álcool gel e de luvas. Não se fala de outro assunto. A Itália, um país de 60 milhões de habitantes, parou, parecendo filme de ficção científica. As pessoas se dividem entre os apavorados que preveem uma quase extinção da raça humana e os mais racionais que argumentam sobre a baixa letalidade do vírus. Uma ala ainda afirma que toda essa celeuma não passa de uma grande especulação do capitalismo internacional, pois alguns segmentos sempre ganham dinheiro no meio de uma crise. Entre dois extremos, o centro sempre será a opção mais sensata. Como tantos outros, esse vírus pode ser controlado, mas não se pode brincar com o bichinho. Sempre há o risco de um descontrole, o que poderia provocar estragos ainda maiores na economia e na saúde.

Como era de se esperar, o número de casos confirmados e suspeitos vai aumentando na mesma proporção em que o vírus se espalha por vários estados brasileiros. No caso do coronavírus, nem tanto pela letalidade, mas pelo poder de contaminação, o que precisa mudar é o comportamento negligente que deveria ser substituído por atitudes mais assertivas e responsáveis. A população precisa manter a vacinação em dia para que doenças antigas como a varíola não reapareçam. As crianças não podem ser vítima desse comportamento descuidado dos pais. O mesmo vale para a dengue que avança implacavelmente, enquanto os olhos da opinião pública estão voltados para o coronavírus.  Uma parcela da população continua negligente em relação às medidas de prevenção. Há que se manter a vacinação em dia, efetuar a limpeza de focos do mosquito e não disseminar notícias falsas.

Outra subversão da ordem normal aconteceu na Bolsa de Valores que teve em um único dia (09/03) uma queda histórica de 12%, a maior em 22 anos. Cenário semelhante aconteceu em 1998 quando a Rússia declarou moratória e alarmou os mercados. Com essa queda, o Banco Central brasileiro vendeu U$ 3,5 bilhões de dólares em um único dia, mas mesmo assim o valor da moeda americana já chega próximo dos inéditos R$ 5,00. O índice Bovespa recuou para 86 mil pontos. Repete-se a mesma percepção controversa que ocorreu com a epidemia do coronavírus. Enquanto alguns entram em pânico e fazem previsões catastróficas para a economia, outros afirmam que com uma cotação tão baixa das ações agora é hora de comprar e investir, usando a lógica de um antigo adágio. “Se caiu a tendência agora é que vai subir”. O ministro da economia Paulo Guedes tranquilizou os mercados. Com os braços reproduzindo movimento de aviões disse que enquanto o mundo desce, o Brasil vai subir.  

Outro fato internacional inacreditável foi a prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e de seu irmão Assis no Paraguai. Os dois tiveram a prisão decretada quando tentavam entrar no país com passaportes falsos. A história fica com cheiro de mal explicada e envolta em mistério, pois para entrar no Paraguai os brasileiros não precisam de passaporte, basta uma carteira de identidade com foto nova. As autoridades paraguaias sustentam que a visita de Ronaldinho e de seu irmão Assis não era apenas para bater uma bolinha filantrópica.

Os dois estariam a convite de uma empresária envolvida em crimes como lavagem de dinheiro. Assis e Ronaldinho alegam que não sabiam que os passaportes eram falsos e os advogados afirmam que a prisão foi um abuso. Nas redes sociais, os internautas fãs de Ronaldinho não duvidam da inocência do craque e dizem que a culpa é do irmão Assis, que sempre meteu Ronaldinho em confusões. Na mesma semana em que o craque foi preso, começaria um torneio de futsal no presídio de segurança máxima. Será que Ronaldinho joga?  O juiz do caso, Gustavo Amarilla, tem o mesmo sobrenome do famoso ex-juiz de futebol paraguaio Carlos Amarilla que cruzou com Ronaldinho nos gramados.  Será que é parente? O ex-zagueiro Gamarra que jogou no Inter e no Corinthians foi à prisão para dar força. Ronaldinho virou atração entre os detentos que só não tiram selfies para postar porque estão sem celular. Como ficará a situação do craque que possui o cargo de embaixador do turismo brasileiro? O embaixador deveria ter imunidade diplomática. A imprensa estrangeira ficou condoída ao ver o sempre sorridente Ronaldinho algemado e preso atrás das grandes. O mundo está mesmo de cabeça para baixo, mas não há nenhum motivo para pânico. Felizmente, as crises passam. 

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