
Duro de vencer
Mesmo que de forma lenta, a vacinação avança, mas a ameaça do coronavírus não sai de cena. Os números que refletem a contaminação permanecem altos. Todos os dias mortes são registradas na cidade e a ocupação dos leitos continua elevada, variando em torno dos 90%. Esta semana, em Ribeirão Preto, a população com idade de 60 anos começou a ser vacinada, aumentando a imunidade das pessoas mais suscetíveis para contrair a doença com gravidade.
Segundo o vacinômetro, a cidade está chegando às 200 mil doses, contando a primeira e a segunda aplicação. Ainda sim o coronavírus não dá trégua e demonstra o vigor de um inimigo que ainda está longe de ser vencido e que prossegue fazendo vítimas. Se a cobertura vacinal avançou entre a população sexagenária, septuagenária e octogenária, a Covid 19 passou a atacar com maior gravidade os cinquentões. Embora não se tenham estatísticas oficiais sobre essa incidência, relatos vindos de parentes de vítimas em enfermarias e nas UTIS revelam que pessoas na faixa dos 50 anos estão sendo acometidas pela doença com gravidade e permanecem por longos períodos em tratamento.
O Sars Cov 2 ainda demonstrou sua capacidade de se reinventar, espalhando pelo mundo centenas de novas variantes, algumas com potencial mais contagioso. Esta semana, Ribeirão Preto ficou sabendo que a variante manuara do coronavírus, conhecida como P1, responde por 90% dos casos registrados na cidade. Também crescem os relatos de famílias inteiras que foram dizimadas pela doença. O número de mortos passou de 400 mil e se encaminha para a macabra estatística de meio milhão de vítimas. Em São Paulo já são 100 mil óbitos. Não há estatística sobre as pessoas que ficaram com sequelas por causa da doença.
Enquanto este cenário sombrio paira como uma grave ameaça, uma parcela da sociedade continua agindo com total indiferença. Os maus exemplos vindos de cima não param de ocorrer. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi flagrado sem máscara em um shopping de Manaus. Em Ribeirão Preto, todo dia tem uma festa clandestina com dezenas de pessoas se aglomerando sem nenhuma proteção. Além dos milhares de mortos, o coronavírus escancarou deficiências, falta de organização, de educação e até de empatia. O poder público e a própria população, seja por falta de recursos ou de forma voluntária, se revelaram despreparados para lidar com adversidades. Algo que precisa ser repensado, pois os especialistas advertem que doenças contagiosas, de agora em diante, farão parte da nossa realidade.