Nosso retrato

Nosso retrato

Depois de uma longa espera, finalmente saiu o resultado do censo de 2022. Uma pena que um levantamento tão importante para o desenvolvimento do país tenha enfrentado tantas dificuldades. Primeiro foi a pandemia em 2020 que impediu a sua realização. Depois a falta de recursos orçamentários em 2021 que adiou a pesquisa para 2022. Por fim, os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrentaram a desinformação de uma parcela significativa da população que não recebeu os pesquisadores ou que simplesmente se recusou a responder as perguntas. Ribeirão Preto figura entre as cidades brasileiras que mais ofereceu resistência à realização do censo. O município registrou a terceira maior taxa de abstenção 14,3% entre 20 cidades com mais de 100 mil habitantes e foi o 15º com maior taxa de recusa (3,3%).  

 


 Essa dificuldade para pesquisar os domicílios se repetiu pelo país inteiro e fez com que o censo não seja 100% preciso, mas sem dúvida é a estatística que melhor traduz a realidade brasileira, ferramenta fundamental para elaboração das políticas nacionais, estaduais e municipais. Ao contrário do que se imaginava, Ribeirão Preto encolheu pelo menos em relação ao seu contingente populacional.  A projeção do próprio IBGE indicava que a cidade tinha população estimada em 720 mil moradores, mas a contagem domicílio por domicílio totalizou 698.259, colocando a cidade como a oitava mais populosa do Estado e a 28ª do país. Deixando as capitais de fora do ranking, passa a ser a 10ª mais populosa do país. A cada década, a população da cidade aumenta em quase 100 mil habitantes, nesta última, saltou de 604.682 em 2010 para 698.259 em 2023. São mais 93.577 moradores.  

 


 Os números do IBGE influenciam diversos indicadores, um dos mais importantes é o Fundo de Participação dos Municípios que distribui verbas para as cidades de acordo com o tamanho da população. Também interfere na representação política, pois determina o número de vereadores e deputados. Além disso, o censo traça um perfil importante da situação socioeconômica dos moradores, a composição das famílias e o grau de escolaridade.  Um resultado que chamou a atenção desta pesquisa foi a redução da taxa de crescimento da população, impactada pela diminuição no número de nascimentos e o aumento dos óbitos em função da Covid 19. Cabe agora aos gestores públicos analisarem os dados da pesquisa para destinar os recursos governamentais para as áreas em que há maior necessidade de investimento.   

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