O jogo das mulheres

O jogo das mulheres

A seleção brasileira começa na segunda-feira, dia 24 de julho, contra o Panamá, a sua participação na nona Copa do Mundo de futebol feminino que será disputada na Austrália e na Nova Zelândia. Depois haverá mais dois jogos, no sábado 29/07, contra a França, às 7h e no dia 2 de agosto, quarta-feira, também às 7h da manhã, quando enfrenta a Jamaica. Apesar de o Brasil ser considerado o país do futebol, a ascensão do futebol feminino possui uma história recente. Em 1941, na ditadura de Getúlio Vargas, o futebol feminino foi proibido. As mulheres podiam votar, mas não podiam jogar bola, pois isso “feria a feminilidade”. Essa proibição durou 40 anos. A partir de 19991, mesmo com muito preconceito e falta de apoio, graças ao sacrifício das jogadoras pioneiras, a seleção feminina participou de todos os mundiais organizados pela FIFA. 


Esta Copa de 2023 será disputada num cenário bem diferente. O campeonato brasileiro feminino de clubes já tem times estruturados com a cobertura da maior rede de televisão do país. Pela primeira vez, a seleção viajou para uma copa com uniforme completo desenhado na versão feminina. Nesse contexto de busca da igualdade, a ministra do Esporte, Ana Moser, tomou a iniciativa de solicitar que nos dias de jogos da seleção feminina, assim como acontece nas partidas da seleção masculina, seja declarado ponto facultativo nas repartições federais, com a posterior reposição das horas. Esse mesmo procedimento poderá ser adotado pelas prefeituras e pelos governos estaduais. Trata-se de uma medida inclusiva que busca equiparar a prática do esporte pelos homens e pelas mulheres. 


Se na administração federal, o ponto facultativo foi decretado, a iniciativa privada é livre para tomar a sua decisão. Por conta do fuso horário, quem quiser assistir aos jogos terá que acordar mais cedo. Há que se estabelecer uma empatia entre a seleção e a torcida para que pessoas se interessem em assistir às partidas, passem a conhecer as atletas e a torcer por uma conquista. Pela forma com que a seleção brasileira feminina vem jogando até aqui dá para apostar que isso vai acontecer em pouco tempo.        

 

Foto: Thais Magalhães/CBF

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