Os jovens e a política

Os jovens e a política

Nesta semana, no dia 4 de maio, terminou o prazo para que os eleitores regularizassem a situação com a Justiça Eleitoral visando às eleições deste ano. De acordo com a constituição federal, o voto é facultativo para jovens de 16 e 17 anos, mas passa a ser obrigatório a partir dos 18 anos. Os jovens de 15 anos que completarão 16 anos até 2 de outubro de 2022, data do primeiro turno das próximas eleições gerais, também poderiam tirar a primeira via do título eleitoral. O adolescente maior de 16 anos não é obrigado a votar, mas depois que faz o título de eleitor, obrigatoriamente, precisa votar ou justificar a ausência. 

Num momento de muita instabilidade política no país, o desinteresse dos jovens pelas eleições que se aproximam provocou manifestações. Celebridades nacionais e internacionais como Fernanda Montenegro e Leonardo DiCaprio fizeram apelos para que os jovens tirassem o título. Matérias publicadas na imprensa buscaram diagnosticar as razões pelas quais os jovens não querem se envolver com a política. Pesquisas mostraram que uma das principais razões foi a radicalização e a polarização política que vêm ocorrendo no país com conflitos de grandes proporções dentro das próprias famílias. Outra razão forte é o medo do cancelamento que se tornou recorrente para quem expressa uma opinião divergente do seu grupo ou bolha social. Muitos jovens também acham que não vale a pena entrar nas divididas políticas, “se no fim das contas, nada muda.” Os jovens também sentiram os efeitos tóxicos da internet e das redes sociais com discussões políticas que derivam para o xingamento, o ódio e a intolerância.

Por ora, o país possui quase 150 milhões de eleitores, mas a quantidade de gente que vota necessariamente não qualifica a representatividade do sistema político. Em cada eleição tem muito voto perdido ou jogado fora. Embora seja obrigatório, 1/3 do eleitorado se rebela e expressa o desencanto com a política votando em branco, nulo, justificando ou se abstendo. A participação da população jovem sempre foi considerada importante, pois ela vem embalada pela vontade de mudar. Em um momento tão dramático da vida institucional, a esperança é a última coisa que se pode perder.  

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