
Região Metropolitana
Quanto maior, melhor. A mania de grandeza costuma ser intrínseca ao ser humano. Regiões e cidades do país também copiam esse quesito da vaidade humana e se apresentam como a maior região produtora de leite, de soja, de café ou de qualquer outro cereal que esteja na ordem do dia. Não basta possuir algo de qualidade, na lógica competitiva moderna vale o maior ou melhor.
As cidades também curtem um pouco essa ostentação e quase todas necessitam ser a capital de alguma coisa, mesmo que o título seja só pró-forma. O caro leitor certamente conhece alguma cidade distante deste imenso país, que ostenta algum título concedido por algum marketeiro desmedido, cuja realidade necessariamente não corresponde à nomenclatura.
Pelo menos no mundo da geopolítica moderna, essas grandezas não resultam em vantagens competitivas. Pelo contrário, grandes cidades costumam ter os maiores problemas. A capital do Estado é o melhor exemplo e seu ritmo de crescimento até já diminuiu em função da superpopulação. Na década que passou, a população de São Paulo aumentou apenas 2%.
Os primeiros dados preliminares divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) provocaram reclamações de prefeitos que às vezes querem alguns milhares de habitantes a mais para poderem aumentar as verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de outros repasses do governo federal. Nesses casos, a necessidade de grandeza é uma questão de sobrevivência.
Segundo dados do Censo Demográfico, a população de Ribeirão Preto foi a que mais cresceu nos últimos 10 anos, passou de 504.923 para 583.842, portanto teve um crescimento de 15,6%, consolidando-se como a oitava cidade mais populosa do Estado. A partir dos dados do IBGE, as lideranças e os administradores locais precisam lançar um outro olhar sobre o mapa do Estado. As cidades mais populosas não são, necessariamente, as mais importantes e as melhores para se viver. Contudo, essas cidades mais populosas servem para identificar os vetores de crescimento mais poderosos da atualidade: as regiões que carecem urgentemente de projetos sustentáveis de desenvolvimento. Infelizmente, projetos e planejamentos são mercadorias escassas na praça ultimamente.
Em Ribeirão Preto, começa a ganhar força a proposta de criação de uma região metropolitana que poderia pensar soluções conjuntas para os municípios vizinhos. Assim, teríamos soluções regionais para os lixões, para a coleta seletiva, para os entulhos e até mesmo para a construção de um novo aeroporto regional. Administradores de visão são os que pensam grande e a longo prazo e, com alguma dose de sorte, depois serão lembrados como estadistas.
RANKING POPULACIONAL DE SP
1) São Paulo 10,6 milhões,
2) Guarulhos 1,1 milhão
3) Campinas 1,0 milhão
4) São Bernardo 746 mil
5) Santo André 654 mil
6) Osasco 637 mil
7) São José dos Campos 597 mil
8) Ribeirão Preto 583 mil
9) Sorocaba 570 mil
10) Santos 407 mil