
Seleção comprometida
A falta de verbas prejudica seriamente a educação. Um dos reflexos dessa crise apareceu na seleção para o ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), que, na região de Ribeirão Preto, oferece vagas no campus de Sertãozinho. Em vez do tradicional “Vestibulinho”, um critério mais justo de seleção, a falta de dinheiro para contratar a empresa que faz o concurso, fez com que a IFSP adotasse A subjetiva “análise de currículo do estudante” como critério de escolha. Isso gerou reclamações de professores e de membros do IFSP, que alegam não ser uma forma justa de seleção. O currículo e a qualidade de ensino nas escolas não são homogêneos. Uma nota nove numa escola menos exigente pode equivaler ao sete de uma instituição mais rigorosa. Por meio de nota, a reitoria do IFSP informou que, desde o início de 2017, realiza fóruns de discussões sobre políticas de acesso, palestras e assembleias. “A atual conjuntura exige saídas criativas, mas que não deixem de lado o acesso amplo e democrático à educação”, afirma a reitoria. Entretanto, como há um interesse coletivo em jogo, cabe ao Ministério Público avaliar se a seleção pública pode mesmo ser feita por critérios tão particulares. As inscrições vão até o próximo dia 5 de novembro.