Cangaço moderno

Cangaço moderno

No final do Século XIX, começo do Século XX, o Brasil foi assombrado pelos cangaceiros que aterrorizaram cidades, realizando roubos, estupros, extorquindo dinheiro da população, sequestrando autoridades importantes e saqueando fazendas. Na era moderna, quadrilhas dominam de surpresa cidades do interior, sejam elas grandes, médias ou pequenas, mesmo que tenham diversas corporações policiais. Fortemente armados os bandidos chegam a abrir fogo contra a própria polícia, tal qual uma terra sem lei.   

O caso mais recente aconteceu em Araçatuba, a 330 km de Ribeirão Preto, onde cerca de 20 homens fortemente armados dominaram a cidade por algumas horas, causando pânico entre os moradores. Durante a fuga, os assaltantes transformaram reféns em escudos humanos. O centro da cidade virou um campo minado. A quadrilha espalhou 96 bombas com sensores nas imediações das agências bancárias que explodem com o calor humano. Um ciclista teve os pés amputados. Três pessoas morreram durante o tiroteio, um assaltante e dois moradores da cidade. O horror dos filmes violentos de cinema na vida real.  

Esses episódios estão se tornando cada vez mais frequentes em diversas regiões do Brasil. Ribeirão Preto também se insere nesse contexto da insegurança, apesar do aumento do efetivo policial que ocorreu nos últimos anos. Em outubro de 2018, a cidade passou por essa trágica experiência de acordar com um intenso tiroteio no assalto de uma empresa de valores na Lagoinha. Recentemente, uma joalheria da cidade foi assaltada. As redes sociais alertaram para o risco iminente para quem trafega pela revitalizada Adelmo Perdizza na zona sul. A avenida foi duplicada, ganhou uma ciclovia, mas os motoristas são desaconselhados a passar por ali. Para realizar os assaltos, grupos armados espalham pedras no asfalto, forçando a parada dos carros. A crônica de um roubo anunciado. 

O poder público precisa usar a inteligência policial para evitar que áreas inteiras da cidade fiquem sob o controle da criminalidade. Assaltos que se repetem nos mesmos locais, zonas dominadas por assaltantes, avenidas em que não é possível transitar com segurança são sinais evidentes de que a criminalidade está avançando. 

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