A longevidade da Revide

A longevidade da Revide

O mundo está se reinventando. Pode ser um clichê, mas se trata da mais pura realidade. Além de milhões de mortes, do aumento da pobreza e da desigualdade, a pandemia acelerou o ritmo dessas mudanças. Quase nenhum setor escapou. A comunicação, que já estava no meio desse turbilhão desde que a internet mudou os padrões de produção e de consumo de informação, assistiu a disrupção do mercado. O fluxo de comunicação, até então estático no antigo modelo de emissores e receptores, se diluiu em bilhões de provedores de conteúdo. Parado na esquina, com o celular na mão, o cidadão comum grava um incêndio, uma operação policial ou um acidente de trânsito. Virou um produtor de informação, uma testemunha ocular da história, um “jornalista” dos novos tempos.  

Pressionado por essas e outras mudanças, a imprensa tradicional buscou novos caminhos. Quem se perdeu em algum desvio, fechou as portas. Isso ocorreu até mesmo com veículos centenários. Quem conseguiu encontrar novos rumos, permanece na estrada, enfrentando os desafios que se sucedem na prática do dia a dia. Há 35 anos, a Revide se mantém viva no mundo da comunicação como um veículo regional que chega gratuitamente à casa de milhares de pessoas. Resumidamente, nesse conturbado um terço de século, recheado de acontecimentos imprevisíveis, sobreviveu a planos econômicos (Cruzado I e II, Plano Collor e Plano Real), dois longos e desgastantes processos de impeachment, as inúmeras crises econômicas e recentemente uma pandemia com mais de um ano de duração. 

A disposição para ir se adaptando às mudanças de comportamento explica essa longevidade que também precisa ser creditada e compartilhada com a competência jornalística e publicitária, a confiança dos anunciantes, a qualidade de impressão da revista e a aceitação do público leitor. Se não tivesse esses requisitos, certamente não teria chegado aos 35 anos. Nesse contexto, mudar e se reinventar constantemente são sinônimos. No decorrer dessas três décadas, surgiram novas editorias, gastronomia, qualidade de vida e tendências de comportamento. Revistas segmentadas foram lançadas para públicos específicos de moda, decoração, saúde e terceira idade. Livros registraram a história de Ribeirão Preto e do Theatro Pedro II. Na última década vieram os desafios da internet que deram origem à produção de notícias no Portal da Revide e nas plataformas das redes sociais. 

Em plena pandemia, surgiu mais uma inovação, a versão digital semanal, distribuída através de listas de transmissão pelo WhatsApp e compartilhada nas redes sociais, o que potencializa o conteúdo da revista para um número maior de moradores da cidade ou de localidades mais distantes. Tem gente que lê a Revide semanalmente em Nova Iorque. Apesar dos modismos e da onda de notícias superficiais, a informação mais elaborada, apurada pelo jornalismo profissional e publicada na mídia revista continua sendo uma fonte imprescindível de leitura para pessoas que querem saber o que está acontecendo em Ribeirão Preto e região. A palavra escrita permanece como um meio eficaz para transmitir a informação mais consistente e complexa. A isso se junta o apelo visual do design e a necessidade de concentração que essa leitura exige para decodificar as mensagens publicitárias e os conteúdos informativos. Houve muitas mudanças nesses 35 anos, mas a boa informação graficamente bem apresentada no formato impresso continua tendo valor para o público formador de opinião. Depois de tantos anos, a Revide hoje desfruta de um grau de intimidade com o seu público leitor que só a longevidade temporal pode proporcionar

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