Os atrasos nos canteiros

Os atrasos nos canteiros

Uma longa tradição demonstra que as obras públicas não costumam ficar prontas dentro do prazo previsto. O que antes já era um problema sério se agravou com a pandemia. Ribeirão Preto se beneficiou dos  recursos vindos do governo federal, através do  Programa de Aceleração do Crescimento (PAC  II), aplicados pela Prefeitura e por outros órgãos  de financiamento. No total esse montante hoje  se aproxima dos R$ 500 milhões. Quando todas  as obras estiverem concluídas, a infraestrutura  da cidade dará um salto com viadutos, pontes e corredores de ônibus.
  
Mas quando se fala de administração pública o problema é o quando. Os comerciantes do  entorno das obras foram penalizados dupla mente. Primeiro, durante mais de um ano, pelas restrições da pandemia e agora pela lentidão  e os atrasos no ritmo das obras. Matéria desta  edição revela que o Ministério Público de São  Paulo, representado pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, abriu inquérito para apurar a  situação de duas obras, dos corredores da Dom Pedro e Avenida Saudade. A projeção inicial de conclusão era janeiro deste ano, mas pelo andar da carruagem os trabalhos devem se arrastar até dezembro, impactando negativamente  as vendas do final do ano. Quem provocou  a ação do Ministério Público foi a Associação Comercial de Ribeirão Preto (ACIRP) que informa ter solicitado um cronograma das obras à  Prefeitura, mas que não teria obtido resposta. A  ACIRP ainda solicita que a construtora pelo menos conserte as calçadas que foram danificadas pela obra. Em nota, a Secretaria Social de Obras  Públicas informou que o cronograma de obras  está à disposição para consultas e que as obras  devem ir até novembro.

Ruídos à parte, as obras dos viadutos da Nove  de Julho e da Thomaz Alberto Whately também  estão paradas porque a construtora responsável pediu um reajuste dos preços previstos nos  contratos. Não há previsão para o término desses empreendimentos que também serão alvos  de investigações do Ministério Público. Nessas  regiões, algumas consequências dos atrasos  não poderão mais ser reparadas. O fechamento das ruas e das avenidas do entorno compro meteu irremediavelmente o funcionamento de  pequenos estabelecimentos comerciais, lojas e  oficinas. Cabe à Prefeitura Municipal empreender o máximo de esforço possível para minimizar os impactos dessas obras. O setor de prestação de serviços e o comércio foram os mais  impactados pela pandemia, estão exauridos e  sem fôlego para suportar a lentidão das obras  públicas por longos períodos.  
 

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