Tiro no pé

Tiro no pé

O vereador Renato Zucoloto (PP) deu o que se chama um verdadeiro tiro no pé. Em uma solenidade no dia das mães, o vereador fez um discurso na tribuna da Câmara de Vereadores onde disse, em alto e bom som, que sua mãe fez uma intensa boca de urna na porta do Colégio Marista, das 8h da manhã às 17h. Se não bastasse esse crime eleitoral, o vereador ainda envolveu uma autoridade pública ao declarar que um juiz o alertou, de maneira informal, de que sua mãe estava fazendo boca de urna. Na verdade, se de fato isso, aconteceu, o magistrado deveria ter tomado providências para não incorrer em crime de prevaricação. O advogado Luiz Carlos Graciano protocolou um pedido de cassação que será examinado pelo conselho de ética da Câmara de Vereadores. O Ministério Público Eleitoral também pode abrir uma investigação sobre a denúncia que neste caso “sui generis” tem como base o depoimento do próprio vereador. Em nota, Zucoloto declarou que foi traído pela emoção nos cumprimentos dirigidos à mãe. “Nem minha mãe as praticou, sendo impossível que qualquer juiz possa tê-lo presenciado, pois de fato boca de urna não houve.” Se o Brasil fosse um país que levasse a lei a sério, o vereador teria muitas dificuldades para se explicar, mas se trata de um episódio de menor monta em relação ao noticiário corriqueiro. Em breve, o caso será esquecido e entrará apenas para o folclore da política.

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