Aprenda a aprender com os erros

Aprenda a aprender com os erros

Seja no início da empresa ou com ela já estabilizada, todo empresário está sujeito a tomar uma decisão errada. A diferença está entre os que aprendem com as falhas e os que não conseguem melhorar seu desempenho e mudar a rota.

"Ao reconhecer um erro, o empresário tem que entender que precisa procurar alguém que o ajude a sair do buraco, em vez de afundar mais", afirma Marco Aurélio Barreto, sócio da consultoria financeira Value Creation, que atua no gerenciamento de crises de grandes empresas.

Segundo o consultor, os empresários devem levar a sério o planejamento e sempre reavaliar o que foi feito e seus resultados. "É importante fazer avaliações e revisões frequentes das estratégias de negócio e das metas estabelecidas para saber se é necessário mudar ou seguir no mesmo caminho, pois quanto mais se aposta no erro, mais difícil pode ser contorná-lo".
O UOL ouviu grandes empresários que relataram alguns erros cometidos em diferentes fases de seus negócios e o que aprenderam com eles. Dentre eles, serão destacados aqui: Alexandre Costa, da Cacau Show, Roni Argalji, da Duloren e Guilherme Paulus, da CVC.

Errou? Conserte
Em 1988, quando ainda estava começando seu negócio de venda de chocolate, o dono da Cacau Show, Alexandre Costa, 43, deu um passo que poderia ter afetado sua trajetória. Aceitou um pedido de 2.000 ovos de 50 gramas sem saber que a fábrica fornecedora não produzia ovos com aquele peso. "Para honrar o compromisso assumido, resolvi produzi-los por conta própria. Comprei a matéria-prima e contratei uma senhora, dona Cleusa, que fazia chocolate caseiro, para me ajudar com o desafio. Assim, após três dias e com jornadas de trabalho de 18 horas, o pedido foi entregue conforme prometido", lembra ele.

No varejo, o cliente precisa saber quem é você
Para Roni Argalji, 60, o principal erro da Duloren, empresa brasileira de lingeries, foi ter tentado criar marcas para públicos segmentados sem que o cliente final soubesse disso. "Quando a gente vendia para redes de lojas multimarcas, o varejo ficava irritado devido à concorrência. Então, criei uma linha para atender apenas as multimarcas, a Exilia. Mas os lojistas começaram a reclamar que não estavam vendendo bem, porque eles sabiam que o produto era da Duloren, mas o consumidor, o principal, não sabia", conta Argalji, presidente da marca. Revendo os planos junto à diretoria de marketing e estilo da Duloren, eles entenderam que custaria muito investir na divulgação e promoção da nova marca. A opção foi encerrar a Exilia e reforçar a marca principal, em vez de investir em segmentações.

Tenha sempre mais de uma opção
A operadora brasileira de turismo CVC começou em 1972, apostando no turismo doméstico. Logo, nos anos 1980 para os 1990, outras operadoras nacionais começaram a investir no turismo internacional. Não entrar no mesmo barco aparentava ser um erro, afirma Guilherme Paulus, 65, sócio-fundador da empresa. Quando Paulus começou a preparar a entrada nesse novo mercado, percebeu que suas concorrentes ficavam muito vulneráveis a mudanças de câmbio. "Muitas operadoras não sobreviveram às dívidas em moeda estrangeira e às exigências governamentais aos turistas que fossem para o exterior, como o depósito compulsório", diz o empresário. Com o erro dos concorrentes, Paulus decidiu entrar aos poucos no mercado internacional e não depender de um único fluxo de vendas.

Fonte: https://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2014/11/06/donos-de-cacau-show-cvc-e-duloren-mostram-como-aprender-com-os-erros.htm

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