A arte de aliar tradição e inovação

A arte de aliar tradição e inovação

Um dos principais desafios enfrentados pelas organizações é conciliar a entrada e ascensão dos jovens e futuros líderes empresariais com os anos de experiência dos atuais gestores. Via de regra, os profissionais da geração Y (nascidos entre as décadas de 1980 e 1990) adotam posturas distintas diante das tarefas e projetos organizacionais de seus pares mais experientes.

A mais recente edição da pesquisa “Empresa dos Sonhos dos Jovens”, elaborada pela Cia de Talentos, mostra que existe um hiato entre as expectativas dos recém-formados nas universidades e a realidade de mercado. Se, por um lado, a geração Y afirma ter qualidades como dinamismo, determinação, dedicação, as organizações buscam outros predicados, como foco em resultado, capacidade analítica e construção de relacionamentos.

“O jovem deseja uma rápida ascensão para sustentar o padrão de vida que, normalmente, possui morando com os pais. Porém, uma organização não irá pagar um salário de veterano a um novato. Como ele não está acostumado a lidar com frustrações, fica ansioso e pula etapas necessárias ao processo de amadurecimento”, afirma Sidnei Oliveira, autor de livros sobre liderança e geração Y.

A consequência, na opinião de Oliveira, é uma bola de neve que acarreta o aumento da rotatividade no trabalho e a perda de qualidade nos recursos humanos. “O veterano, normalmente, comete menos erros e entrega mais resultados. Além disso, as organizações não treinam e não passam grandes desafios aos jovens, apesar de suas qualificações. Porém, uma hora, as organizações se encontram sem opções e promovem esse jovem sem o preparo necessário”.

Para o gerente da consultoria de gestão HayGroup, Elton Moraes, as organizações também devem ser mais abertas em suas práticas de relacionamento interno. “A mudança exige um maior fluxo de comunicação dos gestores com as equipes a fim de gerenciar as expectativas dos mais experientes e dos novos. Quando a organização não está preparada para responder certos questionamentos, fornece respostas insatisfatórias aos jovens e a falta de objetividade na distribuição de desafios e nos quesitos e métricas de avaliação provoca a alta rotatividade”, comenta Moraes. As gerações X e Y possuem suas peculiaridades e Moraes avalia ser melhor conhecer as motivações e percepções de cada um e extrair o melhor para o conjunto.

A união dessas qualidades distintas pode ser um grande aliado em prol das metas das organizações. A geração Y pode passar as impressões sobre as tecnologias e como elas podem alavancar os negócios. Ela também pode questionar produtos e processos com a ótica do cliente, por estarem mais acostumados a ter um pensamento de consumidor. Os babyboomers (nascidos entre 1946 e 1964) e os da geração X (nascidos entre 1965 e 1980) podem passar a capacidade de enfrentar os obstáculos e ter uma maior tolerância diante das adversidades sobre a carreira. Acredita-se que quanto mais diversificada for uma equipe, maior as chances de surgirem ideias diferentes e soluções inovadoras. Também é importante ressaltar que a diversificação de uma equipe não diz respeito somente à idade, mas também está relacionada ao sexo, a experiência profissional e a nacionalidade dos indivíduos.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 37 / nº 341

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