A ascensão dos ataques cibernéticos

A ascensão dos ataques cibernéticos

O tema segurança cibernética está no topo das questões que irão determinar a reputação e o valor financeiro das empresas ao redor do mundo. Uma pesquisa patrocinada pela empresa global de consultoria FTI Consulting e feita pela Economist Intelligence Unit, mostra que ataques cibernéticos representam hoje um grande fator de risco e são responsáveis de forma mais significativa por crises corporativas.

De acordo com 53% dos executivos entrevistados, os ciberataques tiveram o maior impacto na reputação de suas empresas em 2016, e 36% disseram que, nos próximos três anos, os riscos cibernéticos terão mais influência nas crises corporativas do que as reformas políticas, desigualdade social ou manifestações.

“Gerenciar uma crise por causa de ataques cibernéticos está se tornando um dos maiores desafios enfrentados por governos e pelo setor privado, ao lado de esforços crescentes que estão sendo desempenhados para proteger dados, ativos e marcas”, afirma Cynthia Catlett, diretora na área de Prática de Investigações e Riscos Globais da FTI.

Embora a área de compliance seja importante para mapear os riscos aos quais a empresa está exposta, ela não é suficiente. “Conformidade não é sinônimo de segurança na área de TI. Especialistas em segurança da informação precisam também saber falar a linguagem dos negócios para passar as informações relevantes para a alta gestão”, diz Catlett.

Para a especialista, o nível de maturidade das empresas brasileiras para essa questão ainda é pouco avançado. “O Brasil está dando seus primeiros passos com relação à segurança das comunicações de companhias, tanto públicas como privadas. O Centro de Defesa Cibernética – previsto na Estratégia nacional de Defesa e criado no âmbito do Ministério da Defesa em 2010 – continua afetado pela falta de recursos financeiros. Temos uma vulnerabilidade que é evidente”, afirma Catlett.

Incluir o assunto da segurança da informação na agenda dos conselhos de administração também é um desafio. De acordo com o levantamento da FTI com o The Economist, os executivos apontaram para a necessidade de o conselho desempenhar um papel maior. “O que muitos empresários querem ver hoje é que membros do conselho se responsabilizem e assumam um papel de liderança ao tratar dessa questão”, conclui Catlett.

Em um primeiro momento, abordar este tema pode parecer algo muito fora da realidade das empresas da região de Ribeirão Preto. Porém, isso não é verdade. Basta lembrar que, no final do mês de junho, unidades do Hospital do Câncer de Barretos (SP) nas cidades de Jales (SP) e Fernandópolis (SP) sofreram um ataque cibernético, que também afetou todo o sistema do Hospital do Câncer de Barretos. Em torno de três mil consultas e exames foram suspensos depois que invasores bloquearam os sistemas e pediram resgate em bitcoins - a moeda virtual mais conhecida da internet. O departamento de informática informou que aproximadamente mil máquinas de toda a rede do hospital foram afetadas e os técnicos levaram três dias para reverter o ataque cibernético.

Fontes: Revista Administrador Profissional / Ano 40 / nº 372 e https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/apos-ciberataque-hospital-de-cancer-de-barretos-estima-5-dias-para-normalizar-atendimentos-em-todo-o-pais.ghtml

 

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