
21 de março: Dia Internacional da Síndrome de Down
Ao se tratar desse tema, de acordo com o site Movimento Down, a primeira coisa que deve ficar clara é que a síndrome de Down é uma ocorrência genética e não uma doença. Dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido como o Dia Internacional da Síndrome de Down porque ela é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial em 2006.
Em inglês, a palavra down tem o significado de “para baixo”. Porém, isso não tem nada a ver com a origem do nome. Essa ocorrência genética foi batizada com o último sobrenome de John Langdon Down, um médico britânico que a descreveu pela primeira vez, em 1866. Em minha singela opinião, se fosse para se atribuir um nome oriundo da língua inglesa, deveria se chamar síndrome de Up, pois todas as pessoas que conheci em minha vida com síndrome de Down possuem alto astral. Para quem não sabe, em inglês, a palavra up tem o significado de “para cima”.
Apesar de algumas vezes reclamarmos dele, o trabalho é essencial para alcançarmos independência financeira e realização pessoal. Ele é imprescindível para todas as pessoas, por isso, o site Movimento Down afirma que empresas de diferentes portes e segmentos devem se conscientizar da importância de contratar pessoas com síndrome de Down. Para as empresas que os contratam, profissionais com Down oferecem inúmeros benefícios. Uma matéria publicada pelo site Incluo listou os quatro principais:
Mudam a atitude da liderança
Os profissionais com Down são mais espontâneos e não costumam fazer cerimônia para questionarem suas dúvidas (seja na frente de outros colegas e até mesmo de clientes). Com isso, seus gestores exercitam uma forma de liderar com mais paciência, empatia e aptidão para resolver conflitos e questionamentos de seus liderados; adquirindo, dessa forma, um perfil mais humano e resiliente. Portanto, todos os funcionários de sua equipe saem ganhando.
Aumentam a motivação
Outras excelentes qualidades de pessoas com Down são o comprometimento e seriedade com que encaram o trabalho e os desafios do dia a dia. Essas características impactam na motivação deles e de outros colaboradores, uma vez que o ambiente se torna mais colaborativo e unido. Além de inspirar os colegas a desafiarem seus próprios limites.
Melhoram o atendimento ao cliente
A maneira simples e direta com que se comunicam são muito apreciadas pelos clientes. Por serem bastante carismáticos, eles se sobressaem em atividades que incluem atendimento ao público. Eles também são mais sensíveis e demonstram entusiasmo e grande vontade de ajudar.
Favorecem um ambiente de trabalho mais profissional
Para incorporar, genuinamente, funcionários com Down ao quadro de colaboradores, a empresa precisa se preparar: oferecer treinamentos para eles, plano de carreira, criar oportunidades de desenvolvimento, observar em quais atividades o empregado se sai melhor, implantar um programa de inclusão próprio ou fazer parceria com uma ONG. Enfim, atividades que para uma grande empresa são rotineiras, mas que para empresas de pequeno e médio porte podem não ser, mas as tornam mais profissionais e um bom lugar para trabalhar na avaliação de todos os seus profissionais.
As empresas precisam ter em mente que tais contratações não são tão trabalhosas quanto se costuma pensar, pois tais pessoas não precisam de tutores como alguns imaginam. As pessoas com síndrome de Down demandam apenas: serem apresentadas a regras, contar com alguém que compreenda sua velocidade e capacidade de aprendizagem e alguns pontos focais (no RH e entre os gestores), para procurarem caso necessitem de auxílio, treinamentos, desafios e reconhecimento. Um matéria publicada no site G1 apresenta depoimentos interessantes de alguns profissionais com Down que estão no mercado de trabalho:
• A assistente administrativa Ana Paula Tarozo, de 35 anos, trabalha em uma empresa de transporte coletivo de Londrina, no norte do Paraná, há dez anos. “Não tinha dinheiro para comprar as minhas coisinhas, ficava só em casa e era chato. Não gostava. Por isso, gosto de trabalhar para ter o meu dinheiro. Amo o meu trabalho. Fico triste quando não venho”, diz Ana.
• Rotina é algo que o assistente de mesa de uma churrascaria de Londrina Elias Haddad não gosta. Ele gosta mesmo é de fazer coisas diferentes dentro do horário de trabalho. O jovem trabalha com carteira assinada há sete anos. Quando não está trabalhando, o jovem de 28 anos pega a máquina fotográfica para registrar o cotidiano. Um hobby que pode, em breve, se tornar uma profissão. As fotos que tirou já fizeram parte de 12 calendários encomendados por diferentes empresas da cidade. "Trabalhar é importante, só ficar no celular atrapalha. É preciso sair de casa", enfatiza Elias.
• Quem acha que esse tipo de funcionário tem privilégios, está enganado. Rômulo Gaio, de 32 anos, é porteiro de uma escola de educação infantil. A instituição é da família dele, a mãe é a chefe, mas ele é tão exigido quanto os demais funcionários. “Eu gosto muito de trabalhar na escola, em casa é meio cansativo, estresso todo mundo. Parado não dá. Trabalhar é show de bola”, comenta Rômulo.