Cartão de crédito: herói ou vilão do orçamento?

Murilo Carneiro

27 Out 2015 12:28

Já ouvi várias pessoas dizerem que os veículos podem ser considerados armas e, quando são conduzidos por bêbados, elas têm total razão. Na verdade, eles foram concebidos para serem utilizados como meios de locomoção, mas, quando mal utilizados, podem se transformar em armas letais. Diante desse exemplo, conclui-se que muitas “coisas”, quando utilizadas de forma incorreta, podem trazer mais malefícios que benefícios. Dentre essas “coisas”, também se pode citar o cartão de crédito.

Quando utilizado de forma inteligente, o cartão de crédito é uma ótima ferramenta para as pessoas administrarem seu orçamento. Um de seus benefícios é o fato de o desembolso financeiro referente à compra, dependendo do dia que foi feita, ser prorrogado por até um mês. Além disso, várias empresas têm feito promoções onde o cliente pode pagar o valor da compra em parcelas, em até 12 pagamentos. Outra vantagem, que a grande maioria das pessoas não enxerga, está na utilização dos dados da fatura mensal. Ao observá-la, pode-se descobrir quanto foi gasto em cada item de consumo, como compras em supermercados, remédios, combustíveis etc. Analisando-se tais gastos, mensalmente, pode-se descobrir se estão aumentando e, caso necessário, adotar-se estratégias para tentar reduzi-los.

Pensou que era só isso? Não, os cartões de crédito ainda oferecem bonificações aos seus clientes, que podem vir na forma de acúmulo de milhagens para serem trocadas por passagens aéreas, na forma de pontos que podem ser trocados por produtos de empresas com as quais a operadora do cartão possui parceria (programas de bônus) ou também na forma de reembolsos dos valores gastos, que podem chegar a até 2,5%. Para mim, esta é a bonificação mais interessante. Caso adquirira um produto que custe R$ 100,00, na prática, pagará por ele R$ 97,50, pois receberá um reembolso, na forma de desconto na fatura, de R$ 2,50.

Por outro lado, quando a pessoa não sabe utilizá-lo, o cartão de crédito pode levar a problemas financeiros graves. Para que isto não ocorra, a grande dica é: pague sempre o valor total. Não se deixe enganar por aquela informação maldita que aparece na fatura, o tal do pagamento mínimo. Quando se paga apenas o pagamento mínimo, atualmente, o saldo que restou tem um acréscimo de juros de mais de 14,62% ao mês, o que representa uma taxa de juros composta de 414,3% ao ano (*vide link na sequência). Cuidado com o cartão de crédito, não deixe que o virtual “herói” do seu orçamento se torne o grande “vilão”.

* https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/10/27/juros-ao-consumidor-sobem-rotativo-do-cartao-chega-a-414-ao-ano-diz-bc.htm