Casamento com a empresa: vantagens e desvantagens

Casamento com a empresa: vantagens e desvantagens

Ao longo de apenas um ano, sete em cada dez trabalhadores brasileiros de até 24 anos de idade saem de seus empregos, conforme estudo publicado pelo Ipea, em agosto de 2013. Considerando todas as faixas etárias, o tempo médio de permanência em um emprego no país é de cinco anos, de acordo com dados do Dieese, de 2009. O Brasil foi o penúltimo em uma lista de 22 países comparados pelo Dieese, acima apenas dos Estados Unidos, cuja média é de 4,4 anos. O trabalhador que permanece mais tempo em um emprego é o italiano: em média, 11,7 anos.

Mudar de empresa para conhecer outros tipos de cultura organizacional é importante para o enriquecimento da carreira de uma pessoa. Por outro lado, em um processo seletivo, o fato de não ficar muito tempo em nenhuma empresa também pode ser visto com maus olhos. Diante de tal constatação, é importante que conheçamos algumas vantagens e desvantagens de se “casar” com uma única empresa. Na sequência, são apresentadas algumas:

Vantagens

Estabilidade: "No período entre dois e cinco anos, um funcionário consegue assimilar a cultura organizacional de uma empresa", afirma o administrador José Roberto Marques, superintendente do Instituto Brasileiro de Coaching. E, estando bem adaptado, ele poderá atuar em sintonia com os procedimentos e os valores aprendidos.

Perspectiva de crescimento: adaptado à cultura empresarial e especializado na função, um funcionário com longo tempo de casa pode ser reconhecido como a pessoa ideal para liderar um departamento ou coordenar um novo projeto, com significativos ganhos para o currículo. "Enquanto houver desafios e possibilidades de crescimento, não vale a pena mudar", afirma Laís Passarelli, headhunter e sócia-diretora da Passarelli Consultores.

Oferta de benefícios: algumas companhias oferecem benefícios a funcionários com mais tempo de casa. Plano de saúde, seguro de vida e previdência privada são muitas vezes concedidos com o propósito de reter profissionais. Cursos e treinamentos, também. "Afinal, o diferencial competitivo de uma organização é o capital humano", afirma a professora Sylvia Ignácio da Costa, coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Anhembi Morumbi.

Desvantagens

Estagnação: um dos maiores riscos de quem fica muito tempo no mesmo emprego é cair na perigosa zona de conforto, monótona e improdutiva. "O domínio do trabalho cotidiano pode criar uma falsa ideia de equilíbrio, o que torna o funcionário resistente a mudanças", afirma o superintendente do IBC, José Marques.

Currículo fraco: "O mercado não quer pessoas acomodadas", afirma Marques. Assim, se a troca constante de empresas sugere instabilidade, o extremo oposto – ter no currículo um único endereço profissional – também é ruim. A menos que, na mesma firma, o funcionário tenha passado por diferentes cargos, funções ou projetos.

Perda de oportunidades: um estudo realizado pela Fesa, empresa de consultoria e gestão de pessoas, em 2012, revelou que, ao mudar de emprego, os gerentes e diretores de empresas obtinham um aumento de remuneração de 28%, em média. Na ocasião da pesquisa, o setor de tecnologia era o que apresentava o melhor incremento salarial, podendo chegar a 44% para os executivos.

Fonte:https://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/03/07/veja-pros-e-contras-de-trabalhar-durante-muito-tempo-no-mesmo-lugar.htm

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