Cheque especial = juros espacial

Murilo Carneiro

16 Ago 2012 06:39

Muitas pessoas encaram o orçamento familiar como algo complexo de se elaborar. Na verdade, sua elaboração é relativamente simples, o difícil é ter comprometimento para conseguir colocá-lo em prática. Para elaborar um orçamento familiar, o primeiro passo é projetar as receitas e os gastos para o mês seguinte.

Para projetar as receitas, basta somar os salários e os outros tipos de renda de todos os membros da família. A parte mais complexa reside na projeção dos gastos, pois a grande maioria das pessoas não anota seus gastos mensais. Sugere-se que, durante uns três meses, a família anote tudo o que gasta, pois, dessa forma, passará a conhecer os valores desembolsados, permitindo que seja elaborada uma projeção mais realista dos gastos.

Uma regra básica e muito importante do orçamento é que não se pode gastar mais do que se ganha; portanto, a família deve adequar seus gastos às suas receitas. Obviamente, surgirão gastos inesperados, que são difíceis de ser projetados, como a compra de remédios por motivo de doença ou a quebra de algum eletrodoméstico. Sugere-se que 5% da receita seja reservada para tais gastos. Caso não ocorram, o valor reservado para cobri-los deve ser depositado em uma aplicação bancária, pois, mais cedo ou mais tarde, eles surgirão.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não elabora e muito menos segue um orçamento. Para tais pessoas, a solução para o descontrole na relação receitas versus gastos é utilizar o cheque especial, que possui “juros espacial”. Quando a pessoa tem um total descontrole sobre seus gastos, a “burrada” vai mais além, pois ela passa a consumir bens supérfluos utilizando o cheque especial. As feministas que me perdoem, mas é duro colocar na cabeça de uma mulher que um sapato ou uma bolsa é um bem supérfluo!

O resultado da utilização inadequada do cheque especial é o agravamento do problema, pois os bancos cobram juros extorsivos neste tipo de empréstimo; portanto, os gastos da pessoa aumentam ainda mais. Relacione-se com seu cheque especial seguindo três regras:

1ª) Nunca o utilize;
2ª) Caso seja imprescindível, utilize-o somente em situações de extrema emergência;
3ª) Após utilizá-lo, sinta-se desesperado com o valor dos juros que irá pagar e cubra o saldo devedor o mais rápido possível.