Clientes entre o céu e o inferno

Clientes entre o céu e o inferno

Após sofrer um grave acidente, Abreu descobre que morreu. Ao caminhar pelas nuvens, começa a ver várias pessoas indo em direção a uma fila e toma o mesmo rumo. Depois de muito aguardar, chega sua vez de falar com São Pedro. Ele pede para Abreu aguardar, pois irá imprimir um relatório sobre como foi sua vida. Ao terminar, São Pedro comunica que ocorreu um fato raro.

Normalmente, quando a pessoa apresenta uma predominância de realizações positivas, fica no céu. Por outro lado, quando há uma predominância de realizações negativas, deverá ir para o inferno. No caso de Abreu, houve um empate; portanto, poderá optar entre ficar no céu e ir para o inferno. Diante da situação, São Pedro sugere que ele passe um dia em cada lugar e, no terceiro dia, comunique sua decisão.

Como já estava na porta do céu, Abreu decide passar o primeiro dia lá mesmo. Ao entrar, direciona-se a um lindo lago, conversa com pessoas agradáveis e pesca tranquilamente sobre a sombra de uma árvore. Quando a noite chega, toma um delicioso banho, assiste à apresentação de uma orquestra extremamente afinada e vai dormir cedo. Na manhã do outro dia, voltou a falar com São Pedro e comentou que adorou o céu. Ele ficou contente com a notícia, mas insistiu que Abreu passasse um dia no inferno. Dessa forma, poderia tomar a decisão com mais certeza, para não se arrepender depois.

Abreu concordou e pegou um elevador com destino ao “subsolo”. Quando a porta abriu, viu que estava entrando em um salão maravilhoso, onde estava acontecendo uma festa. Poucos minutos depois, encontrou alguns amigos, que lhe ofereceram bebidas e apresentaram mulheres fantásticas. A festa estava “bombando” e Abreu adorando tudo. No final, “pegou” a mulher mais bonita da festa e foi dormir depois das duas da manhã.

Na manhã do outro dia, ainda de ressaca e muito envergonhado, voltou a falar com São Pedro e comentou que, apesar de ter adorado o céu, preferiria ir para o inferno. São Pedro disse que compreendia e desejou boa sorte. Abreu agradeceu e pegou novamente o elevador com destino ao “subsolo”. Porém, quando entrou pela porta, começou a cair. Depois de algum tempo, percebeu que tinha caído em um caldeirão de óleo fervente. Ao olhar para cima, percebeu que o Diabo estava mexendo o caldeirão com uma colher imensa.

Sem entender nada, Abreu perguntou o que estava acontecendo e o que tinha ocorrido com a festa. Tranquilamente, o Diabo olhou para ele e disse: – Até ontem, você era nosso cliente potencial e queríamos conquistá-lo. Porém, a partir de hoje, você se tornou nosso cliente efetivo. Portanto, acabaram-se as mordomias, bem vindo ao “inferno”.

Na vida real, infelizmente, esta estória também ocorre, diariamente. No início do relacionamento com o cliente, com o objetivo de conquistá-lo, as empresas oferecerem diversos benefícios e fazem diversas promessas. Porém, quando o cliente potencial se torna um cliente efetivo, verifica que as promessas eram, na verdade, somente promessas. A maioria das empresas, na ânsia de conquistar novos clientes, fazem promessas que depois não conseguirão cumprir. Ainda pior é o fato de elas se esquecerem de dar atenção aos clientes que já possuem. Portanto, as estratégias para manter os clientes efetivos devem ser consideradas tão importantes quanto àquelas para conquistar os clientes potenciais.

 

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