Compliance: estratégia para a sustentabilidade

Compliance: estratégia para a sustentabilidade

Difícil acreditar que, até pouco tempo atrás, o conceito de sustentabilidade não existia. Foi apenas em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, que o termo começou a ser desenhado. Porém, quarenta e cinco anos depois, ainda observamos provas diárias de que o caminho para a sustentabilidade é longo e necessita de esforços conjuntos para sair do papel e entrar, de fato, na vida das pessoas.

Muitos são os aspectos que dificultam este desenvolvimento. As barreiras englobam questões sociais, políticas, econômicas, interesses privados, conflitos entre países e uma série de realidades que, juntas, podem tentar explicar, mas não justificar o fato de ainda estarmos envoltos em temas tão essenciais.

O caminho, porém, não encontra apenas desafios. Cenários otimistas têm se delineado e tornado o sonho do desenvolvimento sustentável algo mais próximo do nosso dia a dia. Diante desta urgência, muitas organizações têm promovido ações e projetos voltados para a conscientização e aderido às boas práticas de uma maneira ampla, objetivando um mundo melhor para todos.

Uma dessas vertentes é o Pacto Global das Nações Unidas, lançado oficialmente em 2000 pela ONU, e que tem por objetivo mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas ações de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, por meio de Dez Princípios Básicos.

Uma agenda tão ampla de cuidados e conscientização, obviamente não pode deixar de fora questões muito atuais envolvendo corrupção, desvio de recursos, sonegação, entre outras atividades danosas. Para Amanda Rocha, Network Manager da Alliance for Integrity, o combate às práticas ilícitas deve ser feito por meio de uma ação coletiva, pois quando agimos sozinho é mais difícil. Amanda comenta que as organizações, na figura dos seus alto executivos, devem se conscientizar do retorno que as ações de compliance geram. “Muitas corporações precisam se sensibilizar que a promoção dos seus programas de compliance também são um diferencial competitivo, pois o mercado exige práticas de integridade. Ainda existem muitas desculpas para atitudes corruptas, como ‘eu não sabia que era corrupção’, ‘eu não fiz por mim, fiz pela minha empresa’, ‘se ninguém fizer, alguém fará’, mas existe muito material disponível na internet e inúmeros canais para reconhecer os possíveis erros”, complementa Amanda.

De acordo com a Profa. Alessandra Santana Camargo, coordenadora do MBA em Compliance e Gestão de Riscos, oferecido pelo Centro Universitário Estácio, unidade Ribeirão Preto, compliance é o conjunto de estratégias para fazer cumprir as normas legais e regulamentares existentes no mercado onde a organização atua, bem como para evitar, detectar e tratar quaisquer desvios ou inconformidades que possam ocorrer.

Além da conscientização, Amanda sugere que sejam adotadas ações práticas no combate aos atos ilícitos. “As organizações devem entender seus riscos, conversar com seus colaboradores (pois o tom deve vir de cima), orientá-los com regularidade, recompensar aqueles que se destacarem e punir os infratores, além, claro, de manter atitudes que sirvam de exemplo”.

Fonte: Revista Administrador Profissional – ABR/2017 – nº 370

 

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