Cuidado com os bancos, pois eles não são poltronas
De acordo com uma reportagem veiculada pelo Universo On Line (UOL), abrir conta em um banco é algo cada vez mais corriqueiro na vida do consumidor brasileiro. Conhecer o que pode ou não ser cobrado, porém, é fundamental neste início de relacionamento para que o consumidor não acabe gastando mais do que o necessário com a conta.
"Muita gente acaba pagando por serviços que não usa, principalmente as pessoas mais humildes, que não têm acesso à informação", diz o advogado especializado em direito bancário Alexandre Berthe. "É preciso monitorar sempre o extrato da conta", sugere.
Todos os consumidores têm, por exemplo, direito a uma quantidade mínima de serviços gratuitos, como determina o Banco Central. Entre eles estão o fornecimento de um cartão de débito, a realização de até quatro saques mensais e a retirada de dois extratos. "Dependendo do uso que o consumidor faz da conta, esses serviços podem ser suficientes, e ele não precisa contratar um pacote de tarifas", diz a assessora técnica do Procon de São Paulo Edila Moquedace.
Trabalhadores contratados pelo regime da CLT e funcionários públicos também podem optar por ter uma conta-salário. Essa conta é vantajosa para quem já tem conta em banco, mas precisa abrir outra numa instituição diferente só para receber o salário pago pela empresa. Se ele abrir uma conta-salário, poderá transferir o valor recebido sem pagar nenhuma tarifa.
Um teste feito recentemente pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) comprovou como o início de relacionamento do cliente com o banco pode ser conturbado. Em dezembro de 2011, voluntários do instituto abriram contas em agências de seis bancos e avaliaram as informações dadas aos novos clientes.
Os bancos foram reprovados em vários quesitos. Nenhum deles informou, espontaneamente, sobre a existência dos serviços gratuitos aos consumidores e todos concederam cheque especial sem o cliente ter solicitado. Em 2011, pela primeira vez em 12 anos, os bancos passaram as empresas de planos de saúde como o setor que mais teve reclamações no Idec.
Ao lermos a reportagem veiculada pelo UOL, devemos nos lembrar que se os bancos fossem bons mesmo receberiam o nome de “poltronas”, pois elas são muito mais aconchegantes e confortáveis. Os “bancos” são muito duros; consequentemente, não dá para ficar sentado neles por muito tempo. Portanto, devemos abrir bem os olhos ao negociarmos com eles.