Desafios femininos rumo ao alto escalão corporativo

Desafios femininos rumo ao alto escalão corporativo

Pesquisa realizada pela Women Matter da consultoria McKinsey mostrou o quanto pode ser estreito o caminho que leva uma profissional até um cargo de liderança em ambientes corporativos. Nossas universidades formam 59% de mulheres todos os anos; deste total, 43% ingressam no mundo corporativo; 35% atingem cargos de média gerência; 16% avançam mais um pouco e alcançam postos de gerência sênior; e apenas 8% conseguem participar de comitês executivos e conselhos administrativos.

Mas não é só isso. Em estudo recente, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostrou que apesar do crescimento econômico e das políticas destinadas a reduzir as desigualdades, as diferenças salariais relacionadas a gênero continuam sendo significativas nos países latino-americanos.

As latino-americanas ganham menos, mesmo que possuam um maior nível de instrução. Os homens ganham, em média, 10% a mais que as mulheres. Já quando a comparação envolve homens e mulheres com a mesma idade e nível de instrução, essa diferença sobe para 17%. O Brasil apresenta um dos maiores níveis de disparidade salarial no continente. No país, os homens ganham aproximadamente 30% a mais que as mulheres de mesma idade e nível de instrução.

Para vencer tais desafios, as mulheres devem ter muita perseverança, garra, autoconfiança e coragem ao exercer suas atividades profissionais. Porém, não é só esforço pessoal, trabalho e ambição que podem ajudar as mulheres a conquistarem o alto escalão corporativo. As empresas também têm um papel importante neste processo.

Em pesquisa apresentada pela administradora Luciana Batista, da consultoria Bain & Company, duas barreiras ao desempenho feminino dentro das corporações foram apresentadas: a disponibilidade para o trabalho a qualquer hora e qualquer lugar e a síndrome da jornada dupla. “A cultura que impõe o trabalho full time (tempo integral), que impõe estar sempre disponível e conectada afasta algumas mulheres da carreira. Outra coisa é a sensação de jornada dupla, causada pela necessidade de se dividir entre a família e o emprego”, fala Luciana.

Neste sentido, as empresas devem contribuir criando programas como part time (em que os funcionários podem decidir pela sua carga horária); uma flexibilização dos horários de trabalho, home office (trabalhar em casa), prazo de 6 meses para a licença maternidade, disponibilização de berçários dentro da própria empresa e outras iniciativas. Além, é claro, de ações para incentivar a funcionária a galgar postos de liderança dentro da própria empresa.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 36 / nº 330

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