Desvendando a Governança Corporativa

Desvendando a Governança Corporativa

Toda ciência é dinâmica; portanto, surgem constantemente novos temas de estudo. Na ciência da Administração essa característica não é diferente. Dentre os temas contemporâneos da Administração, posso destacar a Governança Corporativa. Tenho certeza que a grande maioria das pessoas já ouviu falar nesse conceito, mas não sei se conhecem seu verdadeiro significado.

Em linhas gerais, é possível afirmar que a Governança Corporativa é o instrumento que garante à sociedade que as empresas de quem ela compra produtos ou serviços é idônea. Ou seja, uma empresa que paga seus impostos, respeita legislações trabalhistas, possui uma relação saudável com seus fornecedores, clientes etc. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), para que uma empresa implante tal “instrumento”, é necessário que adote e siga quatro princípios básicos:

1)    Transparência: devem ser disponibilizadas para as partes interessadas as informações que sejam do seu interesse, e não somente aquelas que são impostas por disposições de leis ou regulamentos. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros, e não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores que norteiam a ação gerencial e que conduzem a geração de valor;

2)    Equidade: caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis;

3)    Prestação de contas (accountability): os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões;

4)    Responsabilidade Corporativa: os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.

O vice-presidente do IBGC, Carlos Biedermann, alerta para o fato que a Governança Corporativa não deve ser adotada como “remédio” em tempos de crise, mas uma prática constante: “É mais difícil aplicar os princípios da governança em momentos de crise. É preciso que as empresas já sigam seus parâmetros antes de um momentos ruim. Só assim as empresas estarão mais bem posicionadas e estabelecidas para vencer obstáculos”, diz.

Para Djalma Rebouças, diretor da Planos Consultoria, a Governança Corporativa não deve ser encarada simplesmente como uma exigência (a lei das Sociedades Anônimas exige que tais princípios sejam adotados pelas empresas que abrem seu capital). Para ele, a Governança Corporativa deve ser encarada como um modelo da administração para todo tipo de empresa, independentemente do porte ou do segmento onde atue.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 36 / nº 326

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