Dicas de investimentos financeiros durante a crise do Covid-19

Dicas de investimentos financeiros durante a crise do Covid-19

Na visão do consultor financeiro Gustavo Cerbasi, é desafiador manter o cronograma de investimentos durante a crise provocada pela pandemia do Covid-19. Isso ocorre porque ninguém sabe ao certo o quanto ela vai durar.

A crise afetou, em maior ou menor grau, a imensa maioria dos brasileiros. Muitas pessoas tiveram sua renda zerada devido à paralisação do comércio e serviços. Para tais pessoas, há pouco a fazer nesse momento, a não ser criar um orçamento “de guerra”, visando cortar o máximo de despesas possíveis.

Na contra mão da crise, há alguns segmentos de mercado que foram pouco afetados e outros que tiveram aquecimento. Para os felizardos que atuam em tais segmentos, surge uma dúvida: Quais investimentos financeiros são mais adequados durante a crise? 

De acordo com Marília Almeida, em matéria publicada pela Exame, convém levar em conta as dicas fornecidas por Gustavo Cerbasi por meio de uma “live” transmitida pelo BTG Digital. Vale ressaltar que tais dicas foram fornecidas levando-se em conta o perfil dos investidores, que são, basicamente, três: conservador, moderado e arrojado.

Perfil conservador
Para quem não admite perdas e está assustado com o cenário atual, Cerbasi indica aplicar em CDBs que paguem um percentual próximo ao CDI ou em fundos de renda fixa do tipo DI, especialmente aqueles nos quais as cotas não se valorizaram muito desde o início da crise.
“Esse movimento aconteceu apenas porque o governo emitiu títulos mais vantajosos no curto prazo. Mas isso não significa que esses fundos são ruins. Os ativos que carregam na carteira, como títulos públicos e privados, vão continuar a pagar o retorno aos investidores no vencimento. Nada mudou. Então, quem quer começar a aplicar agora pode aproveitar a recuperação do valor dessas cotas no médio prazo. Não é uma perda de valor definitiva”.

Perfil moderado
Já aplica em fundos multimercados? Para Cerbasi, você deve continuar a realizar aplicações ou começar, especialmente se a cota do fundo perdeu muito valor e o fundo tem bom histórico de desempenho em crises passadas.
Já no caso de aplicações ligadas a setores mais afetados pela pandemia, como fundos imobiliários, ações do setor de entretenimento, turismo e ligados à cadeia do petróleo, é hora de rever aplicações. “Fundos imobiliários, por exemplo, devem ser olhados com mais cuidado agora. Talvez não seja uma boa hora para investir em fundos de shopping, que estão cortando dividendos distribuídos aos cotistas, mas fundos de logística podem trazer bons rendimentos com o crescimento do e-commerce”.

Perfil arrojado
Para investidores com perfil arrojado, a dica é conter a euforia. “Usar a reserva de emergência para comprar ações na bolsa ou aproveitar oportunidades especulativas? Nem pensar. Não sabemos quando a quarentena vai acabar, e esse dinheiro pode ser necessário. É muito arriscado especular agora. Se houver crescimento, a retomada será lenta”.
Para quem investe em ações, Cerbasi aponta que não se deve fazer preço médio, mas sim analisar uma por uma, de forma individual. “Se atenha aos fundamentos: de que forma cada empresa é impactada pela crise, e como devem se recuperar”.
Isso porque mesmo setores defensivos, como bancos, não são à prova de problemas. “Há bancos com menor e maior capacidade de se adaptar ao cenário. Os com maior capacidade são mais defensivos agora. Já bancos muito expostos a operações como financiamento de veículos que diminuíram muito, têm mais dificuldade de adaptar e mobilizar capital para outros segmentos”.

Uma dica serve para todos os tipos de perfis de investidores: não é hora de resgatar investimentos por conta de perdas, principalmente os que têm como objetivo o longo prazo, como fundos de previdência. “Caso ele seja balanceado, vai se recuperar ainda mais rápido da queda recente”.

O mesmo vale para os fundos multimercados. “O gestor certamente já está se mobilizando e adequando a carteira para o novo cenário. As perdas devem ser reduzidas agora. Caso o investidor resgate sua cota, para onde vai correr? E ainda vai pagar imposto. A decisão exige muita cautela. É mais recomendável montar uma proteção contra perdas, por exemplo comprar e vender opções, do que vender a cota ou título”.

Aliás, se a ansiedade com a carteira diante do cenário atual está alta, Cerbasi aponta que isso pode indicar que as aplicações financeiras não estão de acordo com o perfil de risco. “Nesse caso, vale readequar o risco a partir de agora e optar por aplicações menos arriscadas”.

Para quem continua em dúvida sobre onde colocar o dinheiro agora e se pode precisar dele no curto prazo, a dica é reforçar a reserva de emergência, Para esse objetivo, investir em títulos Tesouro Selic, que têm liquidez diária, continua sendo a melhor opção. “Esses títulos não são afetados pela crise”, conclui Cerbasi.

Depois de observar as dicas fornecidas por Cerbasi, muitos leitores devem ter ficado com dúvidas acerca dos diversos termos citados por ele: CDB indexado ao CDI, fundos de renda fixa do tipo DI, fundos multimercados, fundos imobiliários, ações e títulos Tesouro Selic. Minha dica é: não seja um analfabeto financeiro! Busque entender o significado de cada uma dessas opções de investimento. A internet está recheada de informações.

Como tais investimentos são feitos por meio das instituições financeiras, converse com o gerente da sua conta. Porém, tome cuidado! Como ele tem metas a atingir, nem sempre oferecerá o que é melhor para você. Portanto, é imprescindível que conheça um pouco sobre investimentos financeiros antes de conversar com ele.

Fonte: https://exame.com/seu-dinheiro/as-dicas-de-gustavo-cerbasi-sobre-como-investir-na-crise/ 
 

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