Dicas de investimentos para valores entre R$ 500,00 e R$ 10 mil

Murilo Carneiro

29 Jan 2014 09:21

Guardar dinheiro para o futuro é imprescindível, pois, quando a aposentadoria chegar, nossa renda diminuirá e nossos gastos aumentarão. Para ilustrar esta afirmação, basta lembrar que o valor pago pelo INSS aos aposentados, em praticamente cem por cento dos casos, sempre é inferior ao salário que a pessoa possuía quando estava na ativa.

Além disso, quando aposentarmos, perderemos o convênio médico oferecido pela empresa e teremos que fazer um plano particular. Para pessoas com idade mais avançada, tais planos são caríssimos. Também é importante lembrar que gastaremos mais na farmácia e que poderemos ter filhos que ainda não se tornaram independentes, fazendo faculdade e financiando suas “baladas” às nossas custas, ou seja, filhos “paitrocinados”.

Diante de tal constatação, mesmo quem não tem um salário tão alto quanto gostaria deve abrir mão de uma parte dele todos os meses para investir. Escolher a aplicação mais adequada para cada perfil é fundamental. A dica de especialistas, segundo Danielle Brant da Folha de São Paulo, é apostar na renda fixa em valores mais baixos e só se arriscar na renda variável quando a quantia já for suficiente para diversificar os investimentos. Quem pode aplicar R$ 500,00 todos os meses, por exemplo, terá cerca de R$ 35 mil na poupança ao final de cinco anos e mais de R$ 38 mil em um dos títulos públicos à venda no Tesouro Direto.

Para ajudar na escolha, Syllas Ramos, diretor do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros), aconselha o investidor a definir o prazo e os objetivos de antemão. Um jovem que quer guardar dinheiro para viajar, diz, pode até apostar em ações, mas o ideal é que fique em uma aplicação mais conservadora, como a poupança. "Isso garante liquidez caso ele precise sacar o dinheiro de uma hora para a outra."

A caderneta tem a vantagem sobre as outras aplicações de ser isenta do Imposto de Renda. Nos fundos de renda fixa e no Tesouro Direto, há uma tabela regressiva, ou seja, quanto maior o tempo de resgate, menor a alíquota cobrada sobre o rendimento.

Os títulos públicos são a aposta do educador financeiro Mauro Calil para quem tem entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 para investir. "Estamos em uma época de turbulência. Por isso, é melhor contar com a segurança do Tesouro contra as incertezas, já que a possibilidade de o governo não honrar o pagamento dos papéis é bem pequena", diz. Já para o professor Otto Nogami, do Instituto de Pesquisa Insper, o ideal para quem tem esse montante é destinar 60% para a poupança. Os outros 40% poderiam ser investidos em fundos referenciados DI ou em títulos públicos.

Para quem tiver entre R$ 1.000,00 e R$ 5.000,00 disponíveis, Nogami comenta que a renda variável já pode ser incluída no portfólio de investimentos. A sugestão é destinar 15% do total para um fundo de ações. Com R$ 10 mil mensais, o investidor pode arriscar mais, caso seu perfil seja mais arrojado, elevando esse percentual para 20%.

Nesse patamar, ressalta Ramos, é possível obter uma taxa de administração menor nos fundos. "O investidor tem acesso a produtos mais rentáveis e deve usar isso a seu favor." De acordo com a Anefac, a poupança, que com o aumento da taxa Selic para um patamar superior a 8,5% ao ano, voltou a render 6,17% ao ano + TR, ganha da maioria dos fundos de renda fixa.

Para visualizar um quadro consolidado com as sugestões de investimento para valores entre R$ 500,00 e R$ 10 mil, assim como o montante projetado que o investidor terá ao final de 5 anos, acesse o link:

<https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/09/1338973-saiba-onde-investir-ate-r-10-mil-mensais.shtml>