Dicas para elaborar um currículo eficaz

Dicas para elaborar um currículo eficaz

A crise econômica pela qual já estávamos passando, somada a pandemia do Covid-19, que assola nosso país há mais de 1 ano, fez com o desemprego no Brasil atingisse níveis altamente preocupantes. De acordo com o UOL, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 14,2% no trimestre de novembro a janeiro, a mais alta para um trimestre encerrado em janeiro desde 2012, quando começou a série histórica. Isso significa que 14,3 milhões de pessoas estão na fila por um trabalho no país.

Diante desse cenário, conseguir um emprego tornou-se uma tarefa árdua. Acredito que montar um currículo eficaz seja um dos pontos mais importantes para concretizar tal tarefa. Nos últimos tempos, várias pessoas têm entrado em contato comigo para pedir dicas de como elaborar um currículo visando conseguir o primeiro emprego ou conseguir se recolocar no mercado de trabalho. Como não sou especialista na área de Recursos Humanos (RH), decidi conversar sobre o assunto com uma grande amiga, a professora Marcela Soares Pacheco, consultora de RH pela GEP MAIS e gerente de relacionamentos da Fascínio Modas.

“Acredito que durante a pandemia aprendemos a importância da empatia. Você poderia me perguntar: – o que isso tem a ver sobre montar um currículo? Eu responderia que tem tudo a ver, porque é muito importante ter empatia com o outro lado, ou seja, com quem analisa e filtra os currículos, que no caso é a função do recrutador”, comentou Marcela.

A consultora afirma que um currículo precisa ter objetividade e clareza, pois, pensando na empatia, devemos nos colocar no lugar do outro que irá analisá-lo e, dessa forma, quanto mais claras forem as informações para passar ao outro que não me conhece, e que vai me conhecer a partir de uma simples folha de papel (ou um arquivo), melhor será essa comunicação ainda não verbalizada.

O currículo é a primeira e principal ferramenta que o candidato tem a seu favor em um processo de recrutamento. Segundo Marcela, o currículo é a “porta de entrada” em um processo seletivo, porque sem dúvida é o primeiro contato que se tem com o candidato. “Para corroborar que a empatia faz sentido no processo de recrutamento, devemos pensar na agilidade que o recrutador precisa para analisar todos os currículos, o que reforça a ideia da preocupação com ter objetividade e ao mesmo tempo tentar colocar em destaque as melhores qualidades, bem como as principais experiências profissionais. Entendido isso fica muito mais fácil elaborar um currículo que seja apresentável e que possa ser bem recebido por parte do recrutador”, afirma a consultora.

Depois de destacar a importância da empatia, a consultora Marcela forneceu dicas dos itens que devem constar em um currículo, os quais devem seguir uma ordem, tornando-o mais “clean” e fácil de ser lido:

Cabeçalho: deve conter seu nome completo, dados de referência como endereço de onde mora e a cidade, e-mail, telefone (fixo, só se tiver) e, o principal, o número de celular que seja do seu whatsapp também, pois muitos processos tem se iniciado com uma mensagem pelo whatsapp. Além disso, vale ressaltar que para cargos de nível gerencial e estratégico, o link do perfil do LinkedIn pode ser informado, pois tem sido uma ferramenta muito útil, como se fosse um currículo virtual para que o recrutador possa entender sua trajetória, seus vínculos e conexões profissionais;

Objetivo: primeiramente, você deve ser perguntar: qual é o seu objetivo ao enviar o currículo para determinada empresa? É a partir dessa pergunta que você deve construir o seu objetivo, que pode contemplar duas opções: o primeiro deve ter um objetivo genérico e o segundo um objetivo específico, o qual você sempre deverá estar atento aos pormenores de cada vaga para mudá-lo e ajustá-lo conforme o perfil de cada oportunidade;

Formação Acadêmica/Escolar: sempre na ordem do mais recente para o mais antigo. Sugiro colocar no máximo três formações e, caso tenha mais que três, escolha as principais ou as que tenham mais relação com a vaga a qual está se candidatando;

Experiências Profissionais: comece também pela experiência mais recente ou atual para a mais antiga. Caso sejam muitas, é importante triar as mais recentes, ou as que mais tem relação com a vaga que está se candidatando. É nesse item que você precisará mostrar seu valor profissional, portanto, não é necessário resumi-lo demasiadamente. Para cada experiência, além de expor o tempo/período de estada em cada empresa, informe se teve promoção, ou seja, se mudou de cargo. Faça um breve resumo das suas atribuições e, principalmente, destaques seus feitos positivos, como “a rotatividade da empresa foi reduzida com a ação implantada pela minha equipe” ou “as vendas aumentaram em 30% com as novas estratégias comerciais que implantei junto com a equipe” e assim por diante;

Outros itens relevantes: cursos extracurriculares como informática, línguas etc. devem ser colocados na sequência, também em ordem decrescente. E por último, mas não menos importante, coloque cursos, palestras, workshops e até mesmo trabalhos voluntários que participou ou participa. Essas informações, apesar de serem complementares, sempre agregam valor ao currículo.

A consultora ressalta que o princípio da objetividade e clareza também deve ser contemplado no tamanho do currículo, ou seja, preferencialmente, ele deve conter apenas uma página. Caso necessário, no máximo duas. “Como recrutadora, posso garantir que quando passa de uma página precisa ser muito bem justificado, ou seja, o conteúdo precisa ser realmente importante, caso contrário, entendo que o candidato quis se supervalorizar ou simplesmente ‘encher linguiça’. Também é importante ressaltar que o tamanho da letra e a fonte escolhida devem ser clássicas, como Times New Roman ou Arial, tamanho 12, variando de um tamanho maior ou menor quando necessário”, finaliza Marcela.
 

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