É preciso desligar do trabalho para manter a saúde

É preciso desligar do trabalho para manter a saúde

Com o crescimento da tecnologia e os recursos que ela traz, como celulares com acesso a internet e tablets, ficamos antenados a tudo o que acontece a qualquer hora do dia. Porém, para alguns, mais especificamente 45,4% dos brasileiros, segundo um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito em agosto de 2012, isso significa não se desligar totalmente do trabalho após o fim da jornada diária.

O problema é que esse hábito de checar e-mails ou atender a ligações fora do expediente, segundo o site UOL, pode se transformar em uma compulsão e, mais tarde, em doença. De acordo com a International Stress Management Association (Isma), o workaholic (profissional viciado em trabalho) tem 65% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que as outras pessoas.

Segundo Maria de Lurdes de Souza Zemel, psicanalista membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, esse é um problema difícil de ser identificado, já que o trabalho é considerado uma "droga nobre", pelo fato dos que trabalham muito às vezes serem valorizados. "Um grande sinal é observar se a relação com o trabalho é a única e a mais importante que a pessoa estabelece. Um indivíduo não procura análise dizendo 'estou compulsivo pelo trabalho'. Geralmente, essas pessoas chegam aos consultórios porque já apresentam um problema físico por consequência do excesso de trabalho", afirma ela, que sugere prestar atenção ao que as pessoas próximas dizem sobre seu comportamento para perceber que algo não está bem.

A psicanalista Maria de Lurdes comenta que nem sempre a dedicação ao trabalho deve ser vista como compulsão. Mas a diferença é grande, já que essa responsabilidade tem hora para terminar e não deve prejudicar outras áreas da vida. "Quando estamos comprometidos com o trabalho, estabelecemos com ele uma relação que é controlada por nós. Por exemplo: estou trabalhando muito por um tempo porque preciso de dinheiro ou porque tenho de responder a uma demanda temporária no meu emprego. Na compulsão, essa relação se inverte. É como se o trabalho é que determinasse minha necessidade. Então, passo a justificar minha ação, mas não consigo colocar um limite, ainda que eu esteja exaurido", explica.

"Encare a vida como uma empresa, com várias áreas para administrar. Uma boa gestão de vida inclui o lazer. É importante dedicar um período do dia para si mesmo. Se conseguir meditar, por exemplo, melhor ainda; se não, apenas respire e preste mais atenção em você", aconselha José Roberto Leite, coordenador da Unidade de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
De acordo com a psicóloga Marcia Luz, os momentos de atividade e relaxamento devem ser diretamente proporcionais. "É preciso ter momentos de recolhimento para ter momentos de ação e trabalho. Parar a mente não é luxo, é necessidade. Se isso não acontece, o preço é adoecer", declara.

Você é um funcionário que sabe impor limites aos pedidos alheios ou se sacrifica para não negar uma tarefa? Acesse o link abaixo e faça o teste:

<https://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/12/21/nao-consegue-se-desligar-do-trabalho-mude-isso.htm>

Compartilhar: