Empreendedorismo social

Empreendedorismo social

“O empreendedorismo social é um termo utilizado para tipos de negócios lucrativos que tenham a finalidade de trazer contribuições de desenvolvimento para a sociedade. Os negócios sociais não são empreendimentos comuns e, também, não são ONGs, pois utilizam mecanismos do próprio mercado para ter como atividade principal soluções de problemas da população. Portanto, o core business do negócio é a responsabilidade social, que sempre visará a viabilidade econômica e a preocupação ambiental, principalmente em favor das pessoas com faixa de renda mais baixa e marginalizadas pela sociedade”, explica Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP e professor de MBA da FIA-USP.

A mudança de pensamento da sociedade e o engajamento de empresários têm feito do empreendedorismo social um nicho em crescimento e, ao mesmo tempo, carente de pessoas inovadoras, dispostas a investir o seu conhecimento em alguma causa importante. Mas o caminho a ser percorrido ainda precisa de atenção.

“O empreendedorismo social ainda é visto com desconfiança, principalmente pelos próprios investidores. Apesar de termos cada vez mais financiadores dos negócios, subsiste a ideia de que o único lucro importante para uma empresa é o financeiro. Uma forma efetiva de reverter esse pensamento é dar destaque cada vez mais aos casos de sucesso, onde a parte financeira também é buscada, mas alinhada à busca permanente do lucro social e ambiental, onde ganham a empresa, as pessoas e o meio ambiente. A lógica do pensamento pode ser até bastante utilitarista: nós ganhamos mais quando só nós ganhamos ou quando todos ganham juntos? Eu acredito que a segunda opção é a verdadeira”, defende João Paulo Vergueiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Captadores de Recursos.

Criado para ajudar a comunicação de uma colega de classe com dificuldades motoras causadas por uma paralisia cerebral, o Projeto Marina, desenvolvido por então estudantes do curso de Tecnologia da Informação da Fatec de Tatuí, é um exemplo de como jovens profissionais podem transformar a vida das pessoas por meio do seu trabalho.

Marina, a colega de classe que deu nome ao projeto, tinha dificuldades de se comunicar com colegas e professores e usava uma pasta com as principais palavras do seu dia a dia para a transmissão das mensagens. Porém, a demora na compreensão e o difícil entendimento tornavam a rotina complicada. Os alunos, então, criaram um aplicativo, que juntou as palavras e frase mais utilizadas por ela em simples botões acessados rapidamente por meio do tablet, que emite o som de cada conteúdo. Uma ideia inovadora que transformou a rotina da aluna em vários sentidos.

“Este projeto gerou uma corrente do bem e envolveu outros estudantes, que despertaram para um novo olhar e se perguntaram de que forma poderiam ajudar outras pessoas. Além disso, no caso do app Marina, que inicialmente foi criado como Software de Comunicação e, só depois, adaptado para a aluna, podemos perceber uma importante característica do empreendedorismo: a personalização do produto, que sai da produção em série e entra especificamente nas necessidades de cada pessoa”, explica Patrícia Glaucia Moreno, coordenadora do curso e do projeto.

O projeto foi o vencedor da 10ª FETESP (Feira de Tecnologia do Centro Paula Souza) e os tecnólogos José Felipe Vieira, Tiago da Cruz e Tiago de Souza, criadores do aplicativo, já planejam o seu aprimoramento com a inclusão de novas funções.

Fonte: Revista Administrador Profissional – JAN/2017 – nº 367

 

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