Empreender por meio de franquias

Empreender por meio de franquias

Quem possui espírito empreendedor, mas ao mesmo tempo tem receio de começar um negócio do zero, provavelmente já pensou em abrir uma franquia. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2016, o faturamento das redes de franquias no Brasil cresceu 8,3% em comparação a 2015. Números muito expressivos se pensarmos que o último ano foi marcado por grande incerteza política e econômica e desconfiança por parte de empresários e consumidores. No entanto, este mesmo cenário pode ter contribuído para alavancar o sonho do negócio próprio para muitos profissionais que se viram desempregados.

É verdade que uma marca já conhecida pode ajudar e gerar bons resultados, mas é necessário manter o pé no chão e analisar inúmeros fatores antes de assinar um contrato. Especialistas alertam para questões básicas que, muitas vezes, passam despercebidas pelos profissionais que querem empreender, como a necessidade do capital de giro, a identificação com o perfil da franquia escolhida, a rentabilidade proporcionada e o tempo de retorno.

“É preciso fazer pesquisas e planejamentos profundos antes de abrir qualquer empresa, inclusive uma franquia. As pessoas têm a ilusão de que quando alguém já testou aquele negócio (como é o caso do franchising), elas não precisam fazer mais nada e que o sucesso está implícito. E isto se consolida ainda mais porque, apesar do cenário adverso, o setor de franquias continua em plena expansão”, explica Angelina Stockler, mentora da Endeavor e da InovAtiva Brasil.

“A primeira coisa que uma pessoa deve avaliar antes de abrir uma franquia é se ela tem vontade de ser dona do próprio negócio e se está preparada para ser empresário. Ser empreendedor significa mais responsabilidade e não poder contar com décimo terceiro, férias remuneradas e a segurança de um emprego convencional, com carteira assinada. Depois, ela deve saber se tem afinidade com a marca, produto e negócio. Este passo é uma grande armadilha, porque não basta você gostar do produto ou da marca enquanto consumidor, mas não estar preparado para o dia a dia do negócio. Não é porque eu gosto de chocolate que terei sucesso abrindo uma franquia nesta área. É preciso se perguntar: será que eu gosto de vender isso? Estou disposto a cuidar deste tipo de empresa e abrir mão de finais de semana e datas como Páscoa?”, alerta Angelina.

Quanto aos setores promissores para 2017, Júnior Nascimento, diretor da Cia de Franchising, cita como destaques as áreas de alimentação (que raramente registra quedas), serviços (por demandar investimentos menores) e manutenção e reparo (por conta de um período de redução de custos, as pessoas optam pelo conserto em vez de adquirir um novo produto).

“O caminho das franquias é muito bom, os números são animadores (também em relação às microfranquias, aquelas com investimento inicial abaixo de R$ 90 mil), mas é preciso pesquisar, se aprofundar e achar um negócio com o qual tenha afinidade e que esteja alinhado com suas habilidades. Gostar do que se faz é fundamental, pois isso lhe dá dose extra de energia. Dificuldades sempre existirão, mas quando você tem identificação com a franqueadora, possui a resiliência necessária para o sucesso”, finaliza Angelina.

Fonte: Administrador Profissional – ano 40 – n° 370 (por Katia Carmo).

 

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