As empresas não devem distribuir somente prejuízos

As empresas não devem distribuir somente prejuízos

Em 1980, o Sr. Saab Chão inaugura sua microempresa, tendo como patrimônio pessoal somente um Fusca 69. Após algum tempo, ele contrata seu primeiro funcionário, o Sr. Ludi Briado, que logo se torna seu “braço direito”. Em 1985, a empresa havia crescido, faturando mais e com um número maior de funcionários. Naquele ano, o Sr. Saab conseguiu comprar seu primeiro carro zero quilômetro, enquanto o Sr. Ludi, que não tinha patrimônio pessoal, comprou uma moto “Turuna 125” usada.


Em 1995, a empresa já era de médio porte e o Sr. Saab já tinha uma casa própria quitada, além de trocar de carro todo ano. O Sr. Ludi também estava feliz, pois tinha acabado de comprar sua primeira moto CG 125 “zero quilômetro”.

O tempo foi passando e, no início de 2010, o Sr. Saab tinha conseguido “construir sozinho”, conforme ele mesmo gostava de contar aos amigos, um imenso patrimônio pessoal. Enquanto isso, o Sr. Ludi, há 30 anos na empresa, trabalhando 12 horas por dia, exercendo um cargo de confiança, comemorava com sua família, em seu pequeno apartamento alugado, a compra de um Vectra 97, financiado em 60 parcelas mensais.

No final de 2010, devido a um aumento na concorrência, o faturamento da empresa teve uma queda. Foi o primeiro ano, desde sua fundação, que não houve crescimento. Diante desta situação, no início de 2011, o Sr. Saab Chão chama todos os funcionários para uma reunião, dizendo que a situação se complicou e que, naquele ano, não daria o aumento de salário definido em acordo coletivo com o sindicato.

Durante a reunião, só uma coisa passava pela cabeça do Sr. Ludi Briado, que já estava preocupado em como pagar o aluguel da casa e o financiamento do carro: “Por que os empresários nunca pensam em distribuir lucro, mas, ao sinal de qualquer “crise”, a primeira decisão a ser tomada é o corte de despesas com os funcionários?”.

Infelizmente, a grande verdade é que são poucos os empresários que valorizam seus funcionários e que têm consciência que eles o ajudaram a construir sua empresa e seu patrimônio. Em momentos de crise, distribuir prejuízos é até aceitável, desde que também, em momentos de “vacas gordas”, sejam distribuídos lucros.

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