Ferramentas para superar a crise

Murilo Carneiro

09 Mar 2016 13:33

Inovação, empreendedorismo e liderança são palavras chave quando pensamos em caminhos para espantar momentos de crise. Um período de dificuldade implica em assumir que os caminhos atuais podem estar esgotados e é necessário desbravar novos rumos. Assim, segundo alguns dos maiores líderes mundiais, que estiveram presentes na HSM Expo Management, no final de 2015, um novo tipo de liderança deve emergir.

Na avaliação de Linda Rottenberg, CEO da Endeavor, o caos favorece os empreendedores, pois é o melhor cenário para começar um negócio. “O maior erro das empresas nesses momentos de crise é dizer não vamos investir, vamos guardar. Quando, na verdade, essa é a hora de empreender”, comenta Rottenberg.

Para Walter Robb, CEO da Whole Foods, líder mundial no negócio de comida sustentável, uma empresa só pode crescer juntamente com o crescimento de seu líder. Se ele não for consciente de que precisa inovar, nada irá funcionar. “Mais do que conhecer, o líder precisa vivenciar os valores da empresa. É cada vez mais importante fidelizar seus funcionários, entender as razões pelas quais eles estão lá. Isso tornará seu negócio atrativo”, afirma Robb.

A questão de dar poder aos funcionários para ser um líder melhor é realmente algo que está na ordem do dia. Esse assunto também foi bastante ressaltado por Daniel Lamarre, CEO do Cirque de Soleil. Ele é responsável por promover o equilíbrio entre a estratégia global da empresa, seu crescimento, estabilidade financeira e a integridade de sua cultura e valores. “Ideias medianas constroem empresas medianas. Portanto, estimule a criatividade de seus funcionários”, explica Lamarre, lembrando que isso é ainda mais essencial em momentos de crise.

Malcolm Gladwell, um dos maiores pensadores de gestão da atualidade, com mais de 20 milhões de livros vendidos, alertou para a importância de não subestimar ser um azarão, ou seja, alguém que corre por fora. Principalmente em momentos em que parece não haver caminho, com uma economia desaquecida. Para ele, uma pequena empresa pode ter vantagem em cima de uma gigante nessas ocasiões, justamente por meio da inovação. Gladwell afirma que, para ser um azarão, é necessário ter três características básicas: ser aberto a pessoas criativas, ter capacidade de implementar as ideias e fazer algo que todo mundo acha que é loucura.

Na opinião de Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, a inovação está principalmente em mudar a mentalidade sobre a venda de produtos e serviços. Deixar de focar somente no que o cliente quer e antecipar-se e posicionar-se onde o cliente vai querer estar. “Toda vez que você está andando na rua e vê alguém tentando desempenhar uma tarefa, pense em algo que possa ser desenvolvido para simplificar aquele trabalho. Identifique o trabalho que as pessoas estão tentando fazer e responda se existe algo acessível para fazer aquele trabalho melhor”, finaliza Christensen.

Fonte: Revista Administrador Profissional – Ano 39 – nº 355