Gestão profissional dos esportes

Gestão profissional dos esportes

Nos últimos dez anos, o Brasil passou a fazer parte de um roteiro de mega eventos esportivos. O ciclo se iniciou com o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, passou pela Copa do Mundo e se fechará com a realização das Olimpíadas, este ano, na capital carioca.

A chegada desses eventos ao país trouxe uma crescente necessidade de profissionalização dos administradores no esporte e, com isso, o aparecimento de cursos de formação para o setor. Pan-Americano, Copa do Mundo e Olimpíada proporcionaram, além da visibilidade, muitas oportunidades de negócio para as empresas envolvidas na área e isso faz com que a exigência também aumente.

Apesar desse movimento, a gestão do esporte ainda tem que lidar como o amadorismo, seja nos clubes ou nas federações. O administrador Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, exalta a necessidade da participação de um gestor profissional nesse ambiente antagônico. “A importância de um administrador no esporte é alta já que é um ambiente amador em sua gestão e, em muitos casos, movimenta cifras milionárias. É uma contradição ser gerido de forma semiamadora e sem visão, disponibilidade ou capacidade para um negócio dessa envergadura”, afirma Trevisan.

Fábio Kadow, diretor de marketing da Puma e que fez parte do quadro de funcionários da 9ine, empresa do ex-jogador Ronaldo, faz coro com essa necessidade de profissionalização dos responsáveis pela gestão de clubes e federações. “O esporte é uma indústria que movimenta milhões, portanto, necessita de uma estrutura igual ao de uma empresa de negócios, com planejamento e gestão. Não tem como gerir uma entidade esportiva ou a carreira de uma atleta sem ser profissional”, explica Kadow.

Para Marcelo Claro, gerente executivo do G4 Paulista, empresa que cuida de interesses dos grandes clubes de futebol de São Paulo, existe muito espaço para o gestor profissional no esporte no Brasil. “Existe público e mercado para todas as modalidades esportivas e a função do administrador esportivo é desenvolver o público para cada um dos esportes”, comenta Claro.

Porém, quando se pensa em profissionalização da administração esportiva, deve-se pensar em um fator que não entra na equação de uma empresa de outras áreas: a paixão. O grande desafio é conseguir gerir o negócio equilibrando as emoções externas que envolvem o esporte. “O gestor tem muito mais latente o fator emocional e precisa saber equilibrar isso. Não pode deixar de ter a paixão, mas não pode ser um torcedor e deixar isso interferir na gestão. Para isso, a pessoa precisa se preparar, não basta apenas gostar de esporte”, finaliza Kadow.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 39 / nº 356

 

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