Gestão sustentável: plantar para colher

Gestão sustentável: plantar para colher

 

O tema sustentabilidade entrou definitivamente na pauta das empresas no mundo todo. Com a consciência dos recursos limitados do planeta, o conceito de gestão sustentável é cada vez mais estudado e disseminado.

Nos anos 1990, o sociólogo britânico John Elkington foi o responsável pela definição do que atualmente é considerado o norte desse tipo de gestão: o triple bottom line, ou tripé da sustentabilidade, que prega que as organizações precisam dar o mesmo valor para os termos econômicos, sociais e ambientais de seus negócios.

“A área financeira normalmente é a que mais fica com o pé atrás com o conceito de sustentabilidade, porque acaba achando que isso é somente custo. Porém, quando você começa a olhar os retornos financeiros vindos de projetos sustentáveis, acaba se convencendo de que é bacana. É claro que primeiro tem um investimento. Por exemplo, vou trocar os interruptores de todos os meus banheiros por sensores de presença. Isso tem um custo. Depois o financeiro descobre que a conta de energia foi reduzida. Isso educa as pessoas e traz melhoria da imagem da empresa”, afirma Denise Curi, professora do Mackenzie.

A sustentabilidade já se tornou um fator determinante quando investidores vão optar onde alocar seus recursos. Um exemplo claro disso é o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Bovespa. Iniciado em 2005, é uma ferramenta para análise comparativa das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. “Os investidores já consideram com outros olhos as empresas que estão no ISE. O grande argumento é que o ISE tem se mostrado um critério de seleção de alocação de recursos pelo investidor”, avalia Sonia Favaretto, diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA.

Segundos os especialistas, é necessário entender que uma gestão sustentável está umbilicalmente ligada à competitividade. A visão de que a preocupação com o meio ambiente e com as questões sociais sob a ótica corporativa tem um alto custo ficou para trás. O fruto que se colhe sendo sustentável justifica o risco. “Cada vez mais a sustentabilidade migra para deixar de ser um diferencial competitivo para ser uma condição para competir”, comenta Favaretto.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 37 / nº 336

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