A importância da ASG para a sobrevivência das empresas

A importância da ASG para a sobrevivência das empresas

Ao ler o título desse post, você pode ter ficado com uma dúvida: o que significa a sigla ASG? Se esse é seu caso, não se sinta envergonhado, pois, até pouco tempo, também não sabia o significado. Descobri essa sigla ao ler uma matéria escrita por Vanessa Adachi para a Capital Reset, onde Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP Investimentos, faz a seguinte afirmação: “Empresa que não for ESG vai acabar”. Antes que ache que eu confundi as siglas, Ambiental, Social e Governança (ASG) é a versão em português para Environmental, Social and Governance (ESG).

Benchimol comunicou ao mercado, há poucas semanas, que a XP adotou várias medidas relacionadas à prática da ASG: construção de uma sede ecologicamente sustentável no interior paulista, lançamento de dois produtos ASG para o varejo, criação de uma diretoria de ASG e de uma área de sustainable wealth (em português, riqueza sustentável). Em relação à importância da ASG, Benchimol comenta: “A sociedade está te impondo isso: eu quero que você continue sendo essa empresa fora de série, com produtos espetaculares, mas eu também quero o seu compromisso com a sociedade”.

A preocupação com a ASG, que começou a efervescer no Brasil, não é exclusividade da XP Investimentos. Em uma matéria publicada no site da Fama Investimentos, há a seguinte afirmação: “Já não mais é possível ignorar a ASG. Como um tsunami, os conceitos de ASG atropelarão investidores, analistas e empresas, que terão que tirar o atraso e se adaptarem a este novo mundo”. 

Espero que esses três primeiros parágrafos tenham convencido você sobre a importância da ASG para as empresas. Torna-se importante agora explicar, com maior detalhamento, o reflexo dessa sigla nas estratégias empresariais. 

Ambiental (A)
De acordo com Florian Bartunek, em matéria para o site da Exame, a questão ambiental vem ganhando mais relevância nos últimos anos. Ele comenta que não há dúvida de que o problema de aquecimento global existe e as empresas podem ser parte do problema (alta emissão carbono) ou parte da solução.
“A vida das empresas que emitem elevados teores de carbono em seus processos será cada vez mais difícil. Não só os consumidores buscam empresas mais conectadas com questões ambientais, como os custos de ser poluente só vão aumentar (custos, taxas e impostos)”, comenta Bartunek.
Diante desse cenário, ele afirma que aspectos a se observar nas questões ambientais de empresas são: consumo de energia, água e eficiência energética; reciclagem; emissão de gases poluentes (exemplo: emissão de carbono); preservação da biodiversidade; medidas anti-desastres e consciência ambiental.

Social (S)
Bartunek comenta que o “social” engloba as relações da empresa com seus colaboradores, clientes e comunidade. Os aspectos a se observar nas questões sociais das empresas são: engajamento e rotatividade da equipe; desenvolvimento intelectual dos funcionários; atração e retenção de talentos; segurança e saúde dos colaboradores; relações com os clientes; rede de fornecedores e impactos na comunidade local.

Governança (G)
O tema se refere, resumidamente, em como as relações entre os acionistas e os controladores são governadas. Segundo Bartunek, os aspectos a se observar nas questões de governança das empresas são: alinhamento e direitos dos acionistas; alinhamento na remuneração dos executivos; independência, experiência e remuneração do Conselho de Administração; práticas contábeis; solidez dos controles e processos internos; transações com partes relacionadas; transparência e responsabilidade; estrutura de classes de ações e prevenção a corrupção.

Obviamente, a adoção de medidas relacionadas à prática da ASG gerará gastos às empresas. Porém, de acordo com Francesco Rutibliani, em uma matéria publicada no site da Techedge, tais gastos devem ser encarados como investimentos. “Na verdade, as empresas que incorporaram o ASG em suas estratégias obtiveram vários benefícios, incluindo maior confiança do mercado e valor para os acionistas”, afirma Rubliani.

Uma dúvida que surge na cabeça daqueles que, devido à idade, possuem cabelos brancos ou não possuem mais cabelos é: será a ASG mais um modismo da ciência da Administração? Em relação a essa dúvida, concordo com a afirmação feita por Maria Cecília Prates Rodrigues, em matéria publicada no site Estratégia Social: “Só o futuro dirá se a ASG é mais um modismo. Porém o movimento agora da defesa dos critérios ASG nasce diferente de outros modismos. Ele está surgindo e sendo estimulado a partir do mercado financeiro, mais propriamente dos fundos de investimento e dos bancos, como condição para alocar os capitais de potenciais investidores (ou de futuros acionistas) para essa ou aquela empresa”.

Fontes: 
https://www.capitalreset.com/guilherme-benchimol-da-xp-empresa-que-nao-for-esg-vai-acabar/ 
https://www.famainvestimentos.com.br/artigorevistaie
https://exame.com/blog/florian-bartunek/ambiental-social-e-governanca-asg-voce-ja-esta-atrasado/
https://www.techedgegroup.com/pt/blog/questoes-ambientais-sociais-e-de-governan%C3%A7a-quem-se-importa-ganha-por-que-a-asg-importante-no-mundo-empresarial
https://estrategiasocial.com.br/criterios-asg-mais-um-modismo/
 

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