A importância do lazer durante o isolamento social

A importância do lazer durante o isolamento social

Torta de limão, cookies e brownies. De acordo com Júlia Vasconcelos, em matéria para o Brasil de Fato, essas foram algumas das receitas que Luma Souza, de 24 anos, conseguiu fazer durante os primeiros meses de quarentena para driblar os sentimentos constantes de ansiedade, angústia e solidão. “Eu precisava disso para suprir a falta de outras coisas”.

Durante meses, comenta Vasconcelos, Luma frequentou somente três ambientes: casa, mercado e banco. Eventualmente, foi a outros lugares, mas foi só no final de agosto que passou a fazer isso com mais constância. A jovem, que sempre gostou de ficar em casa, começou a sentir a saúde mental abalada. “Foi quando voltaram os cultos da minha igreja. Cheguei a ir três vezes e comecei a ver alguns amigos”, conta Luma.

Inúmeras pesquisas mostram que, no Brasil, a população foi bastante afetada psicologicamente durante a pandemia. Uma delas é a pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cuja coleta de dados foi realizada entre maio e julho de 2020, que ouviu 1.996 pessoas. Ela concluiu que 80% dos brasileiros da amostra desenvolveram ou aumentaram sintomas de estresse, ansiedade e depressão. A média de outros países é um índice de 30%. 

A psicóloga Thayane Barros explica que, apesar de necessário, o período de isolamento social intensificou um quadro de problemas psicológicos no país. "Os efeitos psicológicos negativos de maiores prevalências são o humor deprimido, as alterações no sono, apetite, conflitos familiares, insônia, medo, irritabilidade, a sobrecarga emocional e a exaustão mental”, explica. Ela ainda ressalta que, a depender do contexto social em que se vive, esses problemas podem ser mais ou menos graves. 

Após a reabertura do comércio e das academias, da liberação de bares e ambientes de passeio, que ocorreu em várias regiões do Brasil, o cenário não é mais de isolamento total. Porém, apesar da amenização do isolamento social, a psicóloga recomenda o lazer e a socialização com extremo cuidado. “O lazer é um fator protetivo para nossa saúde mental, uma vez que proporciona descanso, divertimento e até desenvolvimento”. Para isso, ela indica ambientes abertos livres, espaços ventilados e enfatiza a necessidade do uso das máscaras, trocá-las após três horas de uso ou quando começarem a sentir umidade nelas e ter sempre álcool em gel consigo. “O importante é lembrar que a pandemia não acabou e evitar aglomerações ainda é necessário; ter cautela e bom senso", alerta.

Não se esqueça também de que as dicas de lazer que foram muito citadas no início da pandemia continuam sendo uma ótima opção. De acordo com a Unimed, as principais opções com risco de contaminação zero são: assistir séries e filmes na TV; aprender a cozinhar; ler e participar de clubes de livros on line e assistir a “lives” pela internet.
 

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