A importância dos mentores

A importância dos mentores

Um princípio básico da filosofia ocidental é o de que o conhecimento precisa ser compartilhado. Somente por meio da troca de experiências é possível crescer como indivíduo. É justamente esse conceito que norteia o mentoring, cada vez mais adotado no mundo todo. Segundo o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), mentoring é uma espécie de tutoria onde um profissional mais velho e experiente orienta e compartilha com profissionais mais jovens, que estão iniciando no mercado de trabalho, experiências e conhecimentos no sentido de dar-lhes orientações e conselhos para o desenvolvimento de suas carreiras. Estas orientações vão desde o âmbito pessoal até o profissional.

“O mentor vai ter condição de dizer: olha, para você dar certo naquela organização, é necessário investir nisso ou naquilo. O mentor fala muito de carreira também, explicando o papel que você desempenha na organização hoje e quais as possibilidades que poderá ter de crescimento”, explica Wilson Gambirazi, sócio da Praciano & Gambirazi Consultores.

Porém, qual o perfil da pessoa a ser procurada para esse tipo de ação? Para a administradora Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, o fundamental é procurar por alguém que você admire. Depois, além da admiração, é necessário ser alguém que possa ensinar coisas. “Tem que ser uma pessoa que devolve a bola quando você joga para ela. Não pode ser alguém que só fala. O processo de mentoring envolve uma troca”, afirma Kullock. “A pessoa que se comunica bem e explica as coisas de forma didática, sabe se colocar no lugar do outro e utilizar um vocabulário que o outro precisa é o ideal. Quando ele consegue convencer pessoas pela ideia que está passando, utilizando a emoção, quando os outros entendem o que está dizendo, esse é o mentoring perfeito: passa o conteúdo e a emoção”, completa Kullock.

De acordo com Sidnei Oliveira, o mentor precisa ter uma bagagem reconhecida ou o que ele chama de “cicatrizes”. “Um mentor é reconhecido pelas cicatrizes que possui, mas também pela pré-disposição em promover o desenvolvimento em outras pessoas. Normalmente, ele olha para as pessoas com um olhar de desenvolvimento, um olhar que pressupõe o desenvolvimento individual do outro. O mentor, diferente do coaching, dá sua opinião e provoca a pessoa a partir da experiência que possui, desafiando-a a alcançar uma melhoria em sua performance”, avalia Oliveira.

Os especialistas frisam, no entanto, que, independentemente do tipo de mentoring escolhido, é preciso ficar alerta para não cair em algumas armadilhas. “O risco é o mentoring fazer a perpetuação de um modelo antigo, ou seja, o mentor tentar pressionar o jovem a assumir uma postura exatamente igual a sua, sem olhar suas características pessoais”, afirma Oliveira.

“Pode ser um mentor teórico, um mentor prático, um mentor de sabedoria. De qualquer forma, deve ser alguém que vai poder dar luzes, insights e alternativas quando você se sente perdido, travado ou inseguro”, comenta Sandra Betti, sócia da MBA Empresarial Consultoria em RH.

Fonte: Revista Administrador Profissional – ano 38 – nº 350

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