Lições das Olimpíadas para o mundo corporativo

Lições das Olimpíadas para o mundo corporativo

Segundo Flávio Picchi, em matéria para a Época Negócios, mais do que uma competição esportiva, os Jogos Olímpicos sempre deixam um legado para a história. No paralelo entre esporte e gestão, o mundo corporativo pode obter diversas lições e reflexões.

Para Picchi, uma das mais importantes lições dessas Olimpíadas foi a valorização da diversidade e do combate aos preconceitos. Esta edição ampliou a participação feminina, adotou mais modalidades em equipes mistas e apresentou maior diversidade de gêneros não binários. Um aprendizado ainda fundamental para muitas empresas sobre a necessidade de se valorizar as pessoas pelos talentos, capacidades e esforços, independentemente de aspectos de gênero, cor, nacionalidade, opinião ou religião.

Merece também destaque, saliente Picchi, o respeito ao meio ambiente presente em diversos aspectos, simbolizado, por exemplo, ao se produzir as medalhas com metais reciclados de aparelhos eletrônicos, um resíduo que também se torna cada vez mais um problema às companhias e a toda a sociedade.

Luiza Vilela, em matéria para o site Consumidor Moderno, comenta que, de acordo com a especialista em gestão e liderança Luciane Botto, também autora do livro “A evolução do ser humano e das organizações”, é preciso estar atento a grandes eventos como esse para incluir na rotina das empresas algumas aprendizagens importantes. Visando entrelaçar os esportes e o mundo corporativo, Botto destacou alguns pontos de atenção das Olimpíadas para colocar em prática na rotina de trabalho:

1) Preparo: assim como nas Olimpíadas, o mundo corporativo também necessita de preparo para desenvolver suas atividades e produtos (bens ou serviços). E isso vai além da experiência dos líderes e colaboradores, é preciso, como um time, estar preparado para as demandas;

2) Resiliência: nada mais evidente que a própria pandemia para ressignificar o trabalho. Nas Olimpíadas, o conceito de resiliência é fundamental para ultrapassar as dificuldades e evoluir, começar um trajeto novo, agregando aquilo que foi aprendido no anterior. Assim fazem os atletas olímpicos até que conquistem o pódio: errar e evoluir a partir do erro;

3) Empatia e apoio: fundamental nas Olimpíadas, no trabalho e na vida: a empatia e o apoio são os pilares que mantém os colaboradores e líderes em seus cargos com plena eficiência. “É preciso compreender o que o outro está sentindo e ter sensibilidade para observar quando a produtividade cai, quando se está no limite e ter condições de oferecer apoio e liberdade para o outro se expressar com autenticidade. O que os times esperam dos líderes em momentos críticos, de tensão ou pressão? Sem dúvida, eles desejam direção, apoio, reconhecimento, escuta e compreensão verdadeira”, comenta Botto;

4) Cuidados com a saúde física, mental e emocional: “Sem saúde e equilíbrio não há performance que se sustente. Momentos de pausa, meditação, diversão, interação e atividade física nos ajudam a ter mais foco e prazer no que realizamos. A disputa acontece todos os dias e o mais importante é se manter em movimento, na velocidade que for possível – não a qualquer custo”, complementa Botto;

5) Mantenha a humildade para ganhar e perder: um ambiente de trabalho pode ter níveis de competição semelhantes aos enfrentados nas olimpíadas. É preciso constatar que, se cada colaborador tentar passar por cima do outro, a empresa será prejudicada; portanto, é imprescindível que exista uma rivalidade saudável. “Nem sempre temos as melhores ideias, soluções ou respostas para o que estamos vivendo. Nem sempre estaremos no topo. É preciso aprender com as vitórias e derrotas”, comenta Botto;

6) Desafie suas métricas ou verdades absolutas: já dizia Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, tudo se transforma”. Ou seja, uma ideia que talvez funcionasse de um jeito pode sofrer alterações e mudanças no meio do caminho. Assim, é preciso rever as métricas e ter a mente aberta, pois os padrões de sucesso mudam. “Será mesmo que o controle e a pressão trazem os melhores resultados? Ou o ato de mesclar talento, paixão, leveza e diversão são capazes de nos fazer ir além?”, conclui Botto.

Conforme já comentado, as olimpíadas sempre deixam um legado para a história. Para mim, dentre as lindas cenas que pude presenciar, principalmente as de brasileiros e brasileiras que se superaram, a que mais me marcou foi a final do salto em altura masculino. Os atletas Gianmarco Tamberi e Mutaz Barshim resolveram encerrar a competição e comemoraram um ouro dividido entre eles. Porém, mais do que a medalha, os dois atletas compartilham uma história magnífica de amizade e parceria que simboliza o espírito olímpico. A matéria publicada pelo GE constata a amizade transcendental que existe entre eles.
 

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