Nunca é tarde demais para mudar

Nunca é tarde demais para mudar

Nessa semana, o site UOl divulgou que, de acordo com uma pesquisa elaborada pelo Instituto Datafolha, 25% dos brasileiros trabalham insatisfeitos. Para tais profissionais, encarar a segunda-feira é um drama. Mirian Zacarelli, diretora da KMZ Consultoria e Eventos, comenta que tem gente que já começa a sofrer no domingo e acha que não vai suportar mais uma semana.

A insatisfação profissional pode acarretar diversos problemas, inclusive relacionados à saúde. Renato Grinberg, diretor geral do site Trabalhando.com, explica que a quantidade de problemas de saúde pode ser um sinal de que a pessoa não está feliz profissionalmente. Para ele, a doença acaba sendo usada como fuga, ou seja, uma maneira de a pessoa ficar longe daquele ambiente que tanto a incomoda.

Logicamente, toda profissão tem altos e baixos. Portanto, ninguém precisa estar sempre bem disposto e satisfeito com tudo. Segundo Vitor Sampaio, psicólogo clínico, o importante é conseguir, apesar dos dias ruins e das frustrações, enxergar o futuro com perspectiva, ao contrário daqueles que ficam de olho no relógio, contando os minutos para encerrar o expediente.

Mesmo que seja necessário apostar em outra graduação, os especialistas defendem que vale a pena investir em uma carreira feliz. Zacarelli afirma que a realização profissional é fundamental para o bem-estar do ser humano. Pode parecer loucura, mas, nessa balança, estabilidade, salário e status não devem pesar mais do que a satisfação.

A partir do momento que a pessoa detecta o problema e decide traçar um plano para mudar o rumo profissional, é preciso preparar-se para enfrentar críticas. Comentários como “você está louco!”, “agora que conseguiu uma promoção” ou “você vai abrir mão desse salário” podem surgir dos colegas de trabalho, amigos e familiares. No entanto, o que está em jogo é a felicidade. Ter coragem de mudar é algo muito significante. E quanto antes o profissional se lançar às mudanças, mais vantagens terá.

A escolha profissional, geralmente, é feita na adolescência. Mas o jovem dificilmente tem maturidade suficiente para realizar tal escolha. Por isso, alguns seguem caminhos equivocados; outros são influenciados pelo desejo da família para que siga uma determinada carreira. "O jovem acaba comprando uma ideia, sem saber se realmente acredita naquilo”, explica Sampaio. E não adianta escolher a profissão sem levar em conta suas habilidades. De acordo com Grinberg, durante muito tempo, as pessoas buscavam o sucesso profissional para ser feliz. Hoje, muitos estudos defendem que é preciso ser feliz para conquistar o sucesso.

Grinberg dá uma sugestão para você avaliar se está na profissão certa. "Se recebesse um prêmio na loteria e pudesse ter mensalmente o equivalente ao seu salário atual, o que faria?". Para o especialista, quem ama o que faz, jamais deixaria de trabalhar. "A pessoa pode dizer que diminuiria o ritmo ou abriria um negócio próprio". Já quem está na profissão errada, com certeza, é taxativo: "Pediria demissão imediatamente".

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