O impacto da crise nas micro e pequenas empresas

O impacto da crise nas micro e pequenas empresas

A cada ano, segundo dados do Sebrae, 500 mil novas empresas são incorporadas à economia, sendo 99% de micro e pequeno porte. Juntas respondem por 27% do PIB, 52% dos empregos formais e 40% da massa salarial. Em um momento de crise, como o que o Brasil atravessa agora, qual o impacto que estão sofrendo? Com um cenário de baixo crescimento, juros altos e inflação, a sobrevivência requer esforços maiores. No entanto, ao mesmo tempo em que a luta para se manter vivo em um mercado cada vez mais competitivo e com uma economia enfraquecida é inglória, podem ser reveladas novas oportunidades a quem estiver olhando para o lugar certo.

Segundo Fabiano Nagamatsu, professor da FMU e consultor do Sebrae, a palavra-chave para as micro e pequenas empresas (MPEs) é o planejamento. Se planejar já era uma regra antes, deve tornar-se, agora, ainda mais relevante. “Esse momento é muito preocupante para as MPEs, pois é necessário adotar algumas medidas para não sofrer muito com a crise, como, por exemplo, diminuir o estoque e conter gastos”, avalia.

Outro ponto importante, para que busquem novas e melhores oportunidades, é estudar o mercado no qual estão inseridas. Muitas chances podem estar disponíveis, mais perto do que se imagina. “É crucial que as MPEs tenham pleno conhecimento do segmento de mercado no qual estão inseridas, entrando, inclusive, em contato com seus clientes para conhecer suas necessidades. Pode estar aí uma grande oportunidade de negócio”, afirma Nagamatsu.

Apesar de o cenário econômico brasileiro ainda gerar preocupações, alguns setores apresentam muito espaço para crescimento. Um deles é o de franquias, e o motivo está diretamente ligado ao momento específico que atravessamos, comenta Márcio Inavelberg, sócio da consultoria Blue Numbers. “As franquias devem ter um bom resultado, pois as pessoas que perdem o emprego recebem suas rescisões e podem optar por abrir um negócio. Alguns serviços, que requerem poucos funcionários e pequeno espaço físico, estão propensos ao crescimento”, comenta Inavelberg.

De acordo com José Sarkis Arakelian, professor da FAAP, as MPEs conseguem ter maior flexibilidade e agilidade para se readequar a alterações no mercado. Trocar o fornecedor, modificar uma operação, mudar o perfil de dois ou três colaboradores que tocam o negócio, é muito mais fácil e rápido para elas. “O momento de crise também é um momento de muitas oportunidades, porque é nesse momento que começam a aparecer novas necessidades. Normalmente, as MPEs conseguem ser muito mais rápidas para atender essas novas necessidades”, explica Arakelian.

Fonte: Revista Administrador Profissional – n°349 – julho 2015.

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